Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 608

Durante visita a Paris, o presidente Lula recebeu carta aberta com mais de 12 mil assinaturas, incluindo a do PCBR, exigindo que o Estado brasileiro rompa as relações com Israel diante do genocídio em Gaza.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 608

Lula recebe carta aberta pelo rompimento com Israel e sanções por genocídio

Durante sua visita oficial a Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu pessoalmente uma carta pública assinada por mais de 12 mil pessoas, exigindo que o governo brasileiro adote medidas concretas diante do que é denunciado como um genocídio em curso na Faixa de Gaza. A ação, capitaneada pelo movimento BDS Brasil (Boicote, Desinvestimento e Sanções), demanda o rompimento imediato das relações diplomáticas e comerciais com o Estado de Israel.

A carta, que segue aberta para novas adesões, tem o respaldo de figuras influentes do campo progressista. Entre os signatários estão os artistas Chico Buarque, Ney Matogrosso, Letícia Sabatella, Milton Hatoum e Gregório Duvivier; os juristas Carol Proner e Paulo Sérgio Pinheiro; o ex-ministro Guilherme Estrella; e o filósofo Vladimir Safatle. Parlamentares como Guilherme Boulos, Erika Hilton, Sâmia Bomfim, Luiza Erundina e Glauber Braga, também aderiram ao documento.

Além de personalidades, a carta conta com o apoio de um amplo leque de organizações, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), a Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), o Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal) e o coletivo Vozes Judaicas por Libertação. Também endossa o texto o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), fortalecendo o papel político dos comunistas brasileiros nas iniciativas de solidariedade ao povo palestino ao lado de forças progressistas.

O documento denuncia as reiteradas violações do direito internacional por parte de Israel, incluindo o bloqueio à Faixa de Gaza, ataques contra civis e diplomatas estrangeiros, e o descumprimento de decisões da Corte Internacional de Justiça (CIJ) e da ONU. Os signatários alertam que, mesmo diante de tais crimes, o Brasil mantém exportações de petróleo e negociações de equipamentos militares com o Estado israelense, o que contradiz o discurso oficial do governo em defesa da paz e dos direitos humanos.

É indispensável que o Brasil se junte às demais nações que aplicaram sanções ao regime israelense”, diz a carta. As exigências incluem um embargo militar e energético, a suspensão de acordos de cooperação e a revogação do tratado de livre comércio entre os dois países, em consonância com pareceres de especialistas da ONU que recomendam a suspensão de relações econômicas e acadêmicas com Israel até que o país cumpra as determinações internacionais e respeite os direitos do povo palestino.

Como parte da mobilização, um ato público será realizado no dia 15 de junho, às 11h, em São Paulo, com o objetivo de intensificar a pressão popular sobre o governo. Para os organizadores, o Brasil — no contexto de sua presidência do grupo de trabalho da ONU para a criação de um Estado palestino — tem a responsabilidade histórica de liderar, com ações concretas, o movimento internacional pela solidariedade à Palestina.

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 70 mártires e 189 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.

Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.

O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 4.402 mártires e 13.489 feridos.

O total de mártires da agressão israelense subiu para 54.677 e 125.530 feridos desde o 7 de outubro de 2023.