Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 586

O dia de hoje marca 77 anos da Nakba, uma ferida aberta que não cicatrizou. Seus capítulos não cessaram, mas seguem renovados em formas de assassinatos, massacres, expulsão, discriminação, empobrecimento e cerco.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 586

FPLP: Palestina ou fogo, geração após geração – 77 anos da Nakba

Diante da nova Nakba... resistimos, nos unimos e marchamos rumo ao retorno e à libertação.

No dia 15 de maio, marcamos o 77º aniversário da Nakba – nossa ferida aberta que não cicatrizou – e um ponto de virada doloroso na história da humanidade, quando gangues sionistas, com total apoio das potências coloniais, cometeram um dos crimes mais horrendos da era moderna: a limpeza étnica sistemática do povo palestino, seu deslocamento, a destruição de centenas de cidades e vilarejos e o plantio de uma entidade colonial racista sobre as ruínas da nossa pátria.

A Nakba representou um momento crucial na história do nosso povo, uma revelação profunda da natureza do projeto sionista como instrumento racista, colonial e de desenraizamento, voltado à erradicação da identidade e existência nacional palestina, à apropriação da terra e ao deslocamento do povo palestino. Desde então, os capítulos da Nakba não cessaram, mas seguem renovados em formas de assassinatos, massacres, expulsão, discriminação, empobrecimento e cerco.

Hoje, a Nakba se repete de forma ainda mais sangrenta e bárbara na Faixa de Gaza, onde nosso povo enfrenta uma guerra genocida sem precedentes na história moderna. A máquina de ocupação realiza as mais atrozes formas de assassinato, destruição, fome e deslocamento. Hospitais, escolas e campos de deslocados são bombardeados sob um cerco sufocante, com cumplicidade internacional, silêncio global e parceria direta dos EUA.

Nesta dolorosa ocasião, a Frente Popular para a Libertação da Palestina, ao homenagear a firmeza do nosso povo em toda a pátria e no exílio — de Gaza à Cisjordânia, de Al-Quds aos territórios de 1948, dos campos da diáspora ao exílio forçado — afirma o seguinte:

Primeiro: Nosso conflito com a entidade sionista é uma luta histórica e abrangente, que só será resolvida com a conquista plena dos direitos nacionais do nosso povo, em especial o direito de retorno, a autodeterminação e o estabelecimento de um Estado palestino independente em toda a Palestina, com Al-Quds como capital. A causa palestina continuará sendo o centro do conflito árabe-sionista até que as raízes da Nakba sejam eliminadas e a ocupação termine.

Segundo: A verdadeira resposta à Nakba e suas consequências é a construção de uma frente unificada de resistência e a formulação de uma estratégia nacional abrangente que abrace todas as formas de resistência — com a luta armada à frente. Essa estratégia deve reafirmar a OLP como um marco nacional unificado e abrangente, baseado na parceria, na democracia e nas decisões consensuais. Visa impedir a monopolização, mobilizar as energias do nosso povo onde quer que esteja e garantir seu direito de resistir à ocupação até a libertação e o retorno.

Terceiro: Diante dos crimes contínuos, a prioridade absoluta hoje é deter a guerra genocida contra nosso povo em Gaza, pôr fim ao seu sofrimento, romper o cerco, iniciar a reconstrução e abrir um caminho político baseado nos direitos nacionais inalienáveis do nosso povo.

Quarto: Alertamos contra as tentativas de impor uma nova Nakba sob o disfarce de projetos coloniais expansionistas como os Acordos de Abraão, o “Novo Oriente Médio” e outros planos suspeitos que visam liquidar a causa palestina.

Quinto: É de importância máxima enfrentar as tentativas de liquidação da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), diante dos planos sionista-americanos de apagar a questão dos refugiados e o direito de retorno. O ataque à UNRWA em Gaza — com destruição de suas instalações e pessoal, fechamento de suas instituições em Al-Quds e impedimento de suas operações na Cisjordânia — é parte de um plano sistemático para eliminar essa questão.

Sexto: Renovamos nosso apelo pela completa libertação dos Acordos de Oslo e de todas as suas consequências, pelo fim das obrigações da Autoridade Palestina decorrentes desses acordos, pela suspensão da coordenação de segurança e de todas as formas de perseguição à resistência, pela reversão de decisões arbitrárias que afetam famílias de mártires, prisioneiros, feridos e libertos, e pela ruptura de toda dependência dos projetos sionista-americanos. Devemos avançar para a construção de uma arena de luta unificada que represente a vontade livre do povo palestino.

Sétimo: As massas da nossa nação, seus intelectuais e forças vivas devem se levantar para apoiar nossa luta e enfrentar a guerra genocida contra nosso povo. Devem rejeitar todas as formas de normalização com o inimigo sionista e combater o projeto de hegemonia neocolonial e os planos de fragmentação da região.

Oitavo: Saudamos com reverência a firmeza do povo irmão do Iêmen, que tem resistido à agressão e ao bloqueio por anos e que hoje continua — com posições corajosas e iniciativas populares e oficiais — a apoiar nossa causa, reafirmando a unidade do nosso destino e da nossa luta, impondo novas equações de dissuasão que alcançam profundamente a entidade sionista em apoio a Gaza. Também saudamos a valente resistência libanesa, que tem sido — e continua sendo — um pilar de apoio ao nosso povo e à resistência, parceira na batalha pela defesa da Palestina e prova da coesão das frentes de resistência diante do projeto sionista.

Nono: Apreciamos profundamente os gritos de solidariedade que ecoam nas ruas e universidades de Washington, Londres, Madri, Bruxelas, Joanesburgo e tantas outras capitais e cidades do mundo em apoio a Gaza, rejeitando a agressão e defendendo os direitos justos do nosso povo. A ascensão da solidariedade internacional constitui uma frente avançada na luta para deter a guerra, romper o cerco, expor os crimes da ocupação e responsabilizá-la internacionalmente.

Massas do nosso povo, filhos da nossa nação árabe, povos aliados do mundo.

Neste aniversário da Nakba, renovamos nosso compromisso com nosso povo, com as almas de nossos mártires, com nossos prisioneiros e feridos, de que a Frente Popular continuará sendo uma voz da verdade, um escudo da resistência, guardiã dos princípios nacionais e defensora firme do direito de retorno — um direito que não se perde e não se negocia. Como disse o sábio George Habash: “Não podemos garantir o futuro de nossas gerações enquanto a peste sionista permanecer em solo árabe.”

Saudações ao nosso povo resistente em todas as frentes.

Saudações aos nossos prisioneiros e prisioneiras nas prisões da ocupação.

Glória e eternidade aos mártires... E a vitória é inevitável.

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 46 mártires e 73 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.

Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.

O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 2.780 mártires e 7.680 feridos.

O total de mártires da agressão israelense subiu para 52.908 e 119.721 feridos desde o 7 de outubro de 2023.