Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 581
Fundação dos Estados Unidos promete “assistência” em Gaza. Na prática, o plano busca forçar os palestinos a viverem deslocados em pequenos enclaves sob forte vigilância e cercados por bandos mercenários armados.

Auxílio americano busca intensificar deslocamento palestino
Os Estados Unidos planejam estabelecer uma nova fundação não governamental para distribuir ajuda na Faixa de Gaza sem envolvimento das forças militares israelenses, anunciaram autoridades norte-americanas em 9 de maio, sem fornecer mais detalhes.
A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, disse que um anúncio oficial da fundação será feito “em breve”.
Desde o início de março, Israel impõe um cerco brutal a Gaza, bloqueando todas as entregas de ajuda ao enclave costeiro e empurrando cerca de 2 milhões de palestinos à beira da fome.
Israel não fará parte da distribuição de ajuda em Gaza, afirmou o embaixador dos EUA, Mike Huckabee, na manhã de sexta-feira.
“Um documento de 14 páginas da recém-registrada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês) prevê quatro centros de distribuição em Gaza, que fornecerão alimentos, água e kits de higiene para até 1,2 milhão de palestinos”, informou o jornal Haaretz.
A fundação planeja estabelecer centros adicionais de distribuição ao longo do tempo.
“Desvios de ajuda, combates ativos e acesso restrito impediram que a assistência vital chegasse às pessoas para as quais ela é destinada, corroendo a confiança dos doadores”, afirma o documento da GHF.
No entanto, uma agência da ONU atuante em Gaza criticou o plano, que forçará os palestinos a viverem em pequenos enclaves sob forte vigilância e cercados por contratados privados armados.
“Parece que o plano apresentado por Israel à comunidade humanitária aumentará o sofrimento contínuo de crianças e famílias na Faixa de Gaza”, disse o porta-voz da UNICEF, James Elder.
“O uso da ajuda humanitária como isca para forçar o deslocamento, especialmente do norte para o sul, criará uma escolha impossível: a escolha entre deslocamento e morte”, acrescentou Elder.
Políticos e personalidades da mídia israelense vêm defendendo o uso da fome para forçar a população de Gaza a abandonar suas casas e terras, abrindo caminho para a anexação judaica e assentamentos na região.
No início da semana, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, prometeu que “Gaza será totalmente destruída” como resultado de uma vitória militar israelense, e que sua população palestina “sairá em grande número para terceiros países” — uma declaração clara em favor da limpeza étnica.
As declarações de Smotrich vieram um dia após o gabinete de segurança de Israel aprovar um plano para “a conquista da Faixa de Gaza e a ocupação dos territórios”.
Segundo a proposta, guardas de segurança privada protegerão as rotas e os centros de distribuição, sem envolvimento dos soldados israelenses na segurança ou na distribuição dos suprimentos.
O documento da GHF informa que o conselho da fundação inclui o ex-diretor executivo da World Central Kitchen, Nate Mook, Raisa Sheynberg, do Mastercard, Jonathan Foster, fundador da Current Capital, e o advogado Loik Henderson.
O exército israelense matou sete trabalhadores humanitários internacionais da World Central Kitchen em abril de 2024, disparando três mísseis contra seu comboio em Gaza.
Os trabalhadores supervisionavam a entrega de ajuda humanitária em um momento em que os palestinos enfrentavam a fome devido ao bloqueio israelense à ajuda.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, são os principais arquitetos da política de fome em Gaza.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 38 mártires e 145 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 2.545 mártires e 6.856 feridos.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 52.653 e 118.897 feridos desde o 7 de outubro de 2023.