Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 573
Hamas apresentou uma proposta detalhada de cessar-fogo permanente, com a retirada total de Israel de Gaza, entrada de ajuda humanitária, reconstrução da região, ampla troca de prisioneiros e trégua de cinco anos.

Hamas emite nova declaração sobre o genocídio
Em uma contundente declaração à imprensa, o líder do Hamas, Abdulrahman al-Shadid, afirmou que Gaza vive “um dos piores desastres humanitários da história moderna”, acusando Israel de conduzir um “genocídio em câmera lenta” por meio do uso da fome como arma de guerra.
Segundo al-Shadid, o Hamas apresentou em 17 de abril uma proposta detalhada para um cessar-fogo permanente, com a retirada total de Israel da Faixa de Gaza, livre entrada de ajuda humanitária, reconstrução da região, uma ampla troca de prisioneiros e uma trégua de cinco anos respaldada por garantias internacionais e regionais. A proposta também incluía a formação de um governo laico e independente para administrar Gaza, em conformidade com um modelo sugerido pelo Egito.
Entretanto, o líder acusou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de rejeitar o plano e de insistir na continuidade da guerra, mesmo às custas dos próprios cativos israelenses, explorando o sofrimento deles em nome de ganhos políticos internos.
Al-Shadid descreveu o cenário em Gaza como uma crise humanitária sem precedentes, marcada por fome generalizada, desnutrição em massa e o colapso dos serviços de saúde. Ele afirmou que mais de um milhão de crianças estão passando fome, enquanto hospitais operam no limite e caminhões de ajuda humanitária são impedidos de entrar no território pelo bloqueio israelense no cruzamento de Rafah.
Apesar de intensos apelos internacionais, Israel continua bloqueando a entrada de milhares de caminhões com mantimentos, e utiliza a fome como uma estratégia deliberada. Mesmo diante dos ataques aéreos e do cerco, ele afirmou que a resistência em Gaza permanece firme e “mantém a iniciativa e o moral elevado”.
A declaração também chamou atenção para a escalada da violência na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém, com aumento de prisões e assassinatos atribuídos a soldados e colonos israelenses. Segundo al-Shadid, há tentativas de dividir a Mesquita de Al-Aqsa em tempo e espaço e de restringir o acesso dos palestinos à Mesquita de Ibrahimi, em Hebron.
Em um apelo direto aos governos árabes e islâmicos, al-Shadid criticou a falta de ação diante do que chamou de massacre e fome em Gaza. Ele pediu a implementação de decisões tomadas em cúpulas regionais, a abertura das passagens de fronteira para ajuda, o fim de qualquer processo de normalização com Israel, a expulsão de embaixadores israelenses e o uso de pressões econômicas contra países que apoiam a ocupação.
“A exibição contínua de bandeiras israelenses em capitais árabes, enquanto palestinos morrem de fome, é uma vergonha moral”, afirmou.
O líder do Hamas elogiou ainda o embargo de armas anunciado pela Espanha contra Israel e condenou o ataque ao navio humanitário ‘Conscience’, classificando a ação como terrorismo de Estado.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 51 mártires e 113 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 2.273 mártires e 5.864 feridos.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 52.365 e 117.905 feridos desde o 7 de outubro de 2023.