Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 570

A Tempestade Al-Aqsa surgiu como uma ação de autodefesa diante da colonização e da limpeza étnica na Cisjordânia e em Jerusalém, onde o número de colonos nas terras ocupadas desde 1967 já chegou a um milhão.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 570

FPLP: Pronunciamento do Dia da Vitória

Uma delegação da Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP), liderada pelo responsável pelas Relações Internacionais da Frente, o camarada Maher Al-Taher, participou da celebração organizada pelo Partido Comunista da Rússia por ocasião da vitória sobre o nazismo. Al-Taher proferiu um discurso na ocasião, no qual afirmou:

Camaradas presentes, saudações internacionalistas.

Em nome da FPLP, de seu Comitê Central, do Bureau Político e de seu Secretário-Geral, o combatente Ahmad Sa’adat — preso nas prisões israelenses há mais de 24 anos —, estendemos as mais profundas saudações camaradas por nos convidarem a participar desta grande ocasião histórica: o 80º aniversário da vitória sobre o fascismo e o nazismo na Segunda Guerra Mundial, durante a qual a Rússia e os povos da então União Soviética fizeram imensos sacrifícios, oferecendo mais de 27 milhões de mártires para libertar toda a humanidade dos tiranos e criminosos de guerra.

Os justos e livres de todo o mundo jamais esquecerão os sacrifícios da União Soviética, que salvou a humanidade dos horrores do fascismo e do nazismo — ideologias que hoje voltam a levantar a cabeça, com as forças reacionárias do Ocidente fazendo de tudo para inverter os fatos. Fica claro que a vitória sobre o nazismo foi uma honra e uma medalha no peito do grande povo soviético, que ofereceu o mais caro dos sacrifícios em uma epopeia gloriosa registrada para sempre na memória das gerações.

Valorizamos a iniciativa do Partido Comunista e de sua bancada parlamentar na Duma em organizar este fórum internacional contra o fascismo, pois enfrentamos hoje grandes desafios históricos com o ressurgimento de manifestações fascistas, sobretudo nas tentativas de cercar a Rússia e na guerra conduzida pelas forças imperialistas para enfraquecê-la e isolá-la.

O povo palestino, que sofre há 77 anos após ser vítima de um dos piores crimes da era moderna — sendo espalhado por todo o mundo —, não começou a enfrentar genocídio apenas após a Operação Tempestade Al-Aqsa em 7 de outubro de 2023. Ele já vinha enfrentando massacres desde 1948, quando mais de 450 vilarejos palestinos foram destruídos e seus habitantes expulsos de suas terras e casas.

A Operação Tempestade Al-Aqsa surgiu como uma ação de autodefesa diante da colonização e da judaização da terra na Cisjordânia e em Jerusalém, onde o número de colonos nas terras ocupadas desde 1967 já chegou a um milhão. Gaza está sob bloqueio há 18 anos. Assim, o povo palestino não teve outra escolha a não ser resistir à fascista entidade sionista, cujos líderes — Netanyahu, Smotrich e Ben Gvir — declararam abertamente que querem eliminar os direitos nacionais do povo palestino, consagrados pelas leis e legitimidade internacionais.

Essa batalha representou um ponto de inflexão na história palestina, ocorrendo em meio a rápidas mudanças políticas globais, especialmente após o início da guerra entre a Rússia e a OTAN na Ucrânia. Esse conflito internacional acirrou a luta por controle imperialista das riquezas, rotas comerciais e passagens marítimas do Mediterrâneo e do Mar Vermelho, como também pelo domínio global.

Foi nesse contexto que estourou a Operação Tempestade Al-Aqsa, para defender a terra e os direitos palestinos. Às vésperas da batalha, os atos de terrorismo, fascismo e colonização por parte de Israel haviam atingido níveis sem precedentes. Essa realidade revelou verdades evidentes ao mundo.

Que não há mais um verdadeiro “direito internacional”, diante do total desprezo demonstrado por Israel — como visto quando 143 países votaram a favor da plena adesão da Palestina à ONU e o representante de Israel rasgou a Carta das Nações Unidas em público.

Que o inimigo principal do povo palestino e dos povos oprimidos é o imperialismo global, liderado pelos EUA, que concedeu a Israel licença total para praticar genocídio e limpeza étnica. Enviaram porta-aviões, participaram do gabinete de guerra israelense e deixaram claro que Israel é uma base militar do imperialismo na região.

A batalha de Gaza revelou ao mundo a verdadeira intenção de Israel: não é vencer uma guerra regular, mas perpetrar uma série de crimes de guerra sistemáticos. Sem alcançar uma vitória total, Israel optou por assassinar civis, mulheres, crianças, destruir hospitais, universidades e casas, causando mais de 51 mil mortos, 115 mil feridos — 70% crianças e mulheres — e uma virada na opinião pública mundial, especialmente entre a juventude nos EUA, Reino Unido, Alemanha e Marrocos.

Muitos jovens americanos hoje apoiam o direito dos palestinos à vida e à liberdade, e grandes protestos ocorreram nas capitais ocidentais. Isso terá consequências estratégicas para o futuro da causa palestina. Em resposta, os EUA — que se dizem defensores da liberdade de expressão — cancelaram vistos de 1.200 estudantes estrangeiros que apoiam a Palestina e expulsaram outros de universidades. Cortaram financiamento de instituições acadêmicas pró-Palestina.

Uma pesquisa nos EUA mostrou que 51% da juventude acredita ser necessário enfrentar o racismo e o genocídio contra os palestinos.

A situação em Gaza é gravíssima. Netanyahu rejeita todas as propostas de cessar-fogo, apesar da flexibilidade da resistência palestina. Está claro que o objetivo de Israel e dos EUA é expulsar os palestinos de Gaza — e depois da Cisjordânia.

Há uma proposta no Congresso americano defendendo a “emigração voluntária” dos palestinos para o Egito, Jordânia e outros países. O verdadeiro plano de Israel é destruir Gaza completamente e torná-la inabitável. O próprio presidente dos EUA afirmou que o futuro da Faixa de Gaza é que as pessoas saiam de lá, dizendo que ela se tornaria um ponto turístico.

As atrocidades cometidas por Israel resultaram em cerca de 10 mil massacres e 15 mil desaparecidos, além do extermínio completo de 2.092 famílias. A ofensiva matou 1.155 profissionais da saúde e assassinou 205 jornalistas, deixando outros 400 feridos. Aproximadamente 39 mil crianças ficaram órfãs de pai ou mãe, enquanto 3.500 correm risco de morrer de fome. Sete mil pessoas foram detidas sob tortura. Infraestruturas civis foram devastadas: 216 edifícios governamentais e 137 escolas e universidades foram completamente destruídos; outras 357 instituições de ensino sofreram danos parciais. Ao todo, 12.800 estudantes foram mortos, 785 mil ficaram privados de educação, 760 professores e educadores foram assassinados e 150 acadêmicos executados.

A destruição se estendeu a 19 cemitérios e ao roubo de 2.300 corpos. No total, 161.600 casas foram destruídas por completo e 82 mil tornaram-se inabitáveis. Foram lançadas 100 mil toneladas de explosivos, resultando na destruição de 34 hospitais e 80 centros de saúde, além da ruína de 206 sítios arqueológicos e patrimoniais. Também foram desativados 717 poços de água. Estima-se que 88% da Faixa de Gaza esteja atualmente devastada.

O genocídio em Gaza revelou a crise estratégica de Israel, cujas contradições internas se agravam com o crescimento do fascismo religioso, que nega o povo palestino e defende abertamente o extermínio. Essas tensões vão se intensificar, especialmente com a heroica resistência do povo palestino que recusa o exílio.

Os massacres em Gaza recolocaram a causa palestina no centro da agenda global. Hoje, os líderes do assassinato e da destruição em Israel estão sentados no banco dos réus em Haia, com Netanyahu à frente. Ele rejeita o cessar-fogo porque sabe que isso significará o fim de sua carreira política, sendo apoiado pelos EUA, que vetaram várias resoluções no Conselho de Segurança.

Os EUA querem redesenhar o mapa da região para criar um “Novo Oriente Médio”, e por isso apoiam os ataques contínuos de Israel ao Líbano, Síria e Iêmen. Netanyahu age como se fosse governante de toda a região, com total apoio americano — pois os EUA percebem que sua hegemonia global está em declínio, diante da ascensão de potências como Rússia e China, que promovem um mundo multipolar.

O povo palestino valoriza profundamente o apoio de todos os livres e justos do mundo a seu direito à liberdade e à vida. Esta é a medida moral essencial do mundo hoje — quem está contra o imperialismo, inimigo da humanidade. O genocídio em Gaza e a guerra da OTAN contra a Rússia na Ucrânia expuseram a falsidade das alegações ocidentais sobre democracia e direitos humanos.

Convidamos vocês e todos os justos e livres do mundo a apoiarem o nosso povo, que há décadas sofre as formas mais brutais de opressão e agressão.

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 51 mártires e 113 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.

Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.

O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 2.273 mártires e 5.864 feridos.

O total de mártires da agressão israelense subiu para 52.365 e 117.905 feridos desde o 7 de outubro de 2023.