Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 569

Hussein El-Sheikh é indicado vice-presidente da Autoridade Palestina. Conhecido como o “padrinho da coordenação de segurança” com a entidade sionista, El-Sheikh é considerado o braço-direito de Mahmoud Abbas.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 569

FPLP defende unidade palestina e reforma na OLP

O dirigente da Frente Popular, camarada Ahmad Ghanoumi, afirmou em uma entrevista à Rádio Sawt al-Shaab do Líbano que a FPLP não vê a realização do Conselho Central como prioridade, pois todos os acordos resultantes dos diálogos falam da necessidade de reformular as instituições da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e estabelecer uma estratégia unificada para alcançar os objetivos do povo palestino.

O povo palestino exige das organizações a unidade para enfrentar a guerra de extermínio, e não temos outra escolha senão o diálogo e a adesão de todas as organizações à organização. Rejeitamos o confronto interno.

É necessário ouvir a opinião do povo palestino e nos submetermos à vontade de nosso povo, que já sacrificou centenas de milhares de mártires e continua exigindo que nos unamos pela Palestina.

Também é necessário realizar uma reforma abrangente na OLP, com a reestruturação de suas instituições e a realização de eleições, para que todos estejamos no mesmo barco — e não apenas distribuindo cargos.

Não devemos depositar esperanças nas cúpulas árabes; embora seja importante rejeitar o deslocamento forçado, declarações não são suficientes. É preciso levantar o cerco e impor a cessação da agressão — será que conseguirão?

A Frente Popular considera que todas as propostas de acordos que diminuem os direitos do nosso povo são inaceitáveis, pois nosso direito é a Palestina inteira, do mar ao rio.

A esperança permanece nos livres da nossa nação, que um dia se revoltarão contra esses regimes injustos e normalizadores, e a Palestina seguirá na vanguarda das prioridades, pois sua perda significaria a perda de todo o mundo árabe.

A resistência não tem outra escolha senão a vitória ou o martírio; apesar de todos os sacrifícios, nosso povo não tem outra opção além da firmeza — render-se significaria mais massacres.

A resistência demonstrou máxima flexibilidade nas negociações, mas a entidade sionista e os EUA querem a derrota total do povo palestino — e não acredito que haja palestino disposto a aceitar a rendição.

As promessas de Trump de transformar Gaza em um resort turístico visam deslocar seus habitantes e anexá-la à entidade [sionista], mas é o povo palestino quem reconstruirá Gaza com sua própria vontade.

A resposta popular do nosso povo em Gaza ao genocídio é que 50 mil mulheres grávidas darão à luz 50 mil resistentes — esta é a mensagem do povo palestino, que ama a vida e permanecerá em sua terra.

Apesar da brutalidade e da tortura infligidas a nossos prisioneiros nas cadeias da ocupação, vimos a ética e a humanidade da resistência no tratamento dos prisioneiros inimigos.

Por fim, temos plena confiança de que o “dia seguinte” será palestino, e convidamos todos a concordarem com a formação do Comitê de Apoio proposto pelo Egito para aliviar a injustiça contra nosso povo em Gaza, levantar o cerco e reconstruir.

Conselho Central: Abbas organiza sucessão com vice-presidência

Como era esperado, a reunião do Conselho Central Palestino da OLP votou esmagadoramente a favor da criação do cargo de Vice-Presidente do Comitê Executivo da OLP e Vice-Presidente do Estado da Palestina — sem promover mudanças significativas para enfrentar o genocídio em Gaza.

Durante dois dias de discussão, o foco esteve na alteração da Lei Básica da OLP para criar estas novas funções, ignorando a necessidade de uma posição nacional unificada para deter o massacre em Gaza. A manobra gerou boicotes e declarações de repúdio contra o Conselho Central, vindos de diferentes setores do espectro político palestino, incluindo organizações de resistência, organizações da sociedade civil, prisioneiros políticos e até membros do próprio Fatah.

A Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), a Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP) e a Iniciativa Nacional Palestina (PNI) se retiraram da reunião, que consideraram ilegítima. O resultado da votação da emenda foi de 170 votos a favor, 1 contra e 1 abstenção.

Confirmando as expectativas, Mahmoud Abbas nomeou Hussein El-Sheikh para ocupar os dois novos cargos: Vice-Presidente do Comitê Executivo da OLP e Vice-Presidente do Estado da Palestina. El-Sheikh, conhecido como o “padrinho da coordenação de segurança” com a entidade sionista, é considerado o braço-direito de Abbas. Ele ocupa a posição de Secretário-Geral do Comitê Executivo da OLP desde junho de 2022 e foi chefe dos Assuntos Civis da Autoridade Palestina até ser demitido em fevereiro de 2025. A agora vaga posição de Secretário-Geral deve ser preenchida na próxima semana.

A nomeação de El-Sheikh é vista como a consolidação do plano de sucessão de Abbas. O presidente palestino, que está há 16 anos no poder sem renovação de mandato desde o vencimento de seu prazo legal em 2009, reforça assim um processo de transição amplamente criticado por sua falta de legitimidade e transparência.

Em meio a um genocídio em Gaza e às crescentes demandas por unidade e resistência, a liderança do Fatah escolheu, mais uma vez, priorizar disputas internas e a preservação de poder.

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 84 mártires e 168 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.

Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.

O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 2.062 mártires e 5.375 feridos.

O total de mártires da agressão israelense subiu para 51.439 e 117.416 feridos desde o 7 de outubro de 2023.