Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 552
Em 36 dos ataques israelenses no último mês, apenas mulheres e crianças foram registradas entre as vítimas fatais. No geral, parte significativa das vítimas dos bombardeios são mulheres e crianças, segundo a porta-voz da ONU.

ONU: 36 dos últimos ataques aéreos israelenses vitimaram apenas mulheres e crianças
A ONU condenou a campanha militar contínua de Israel em Gaza nesta sexta-feira, 11 de abril, alertando que ela está causando mortes e deslocamentos generalizados de civis — incluindo a morte de mulheres e crianças.
Entre 18 de março e 9 de abril de 2025, o Escritório de Direitos Humanos da ONU registrou 224 ataques israelenses contra edifícios residenciais e acampamentos de deslocados em toda a Faixa de Gaza.
De forma chocante, em 36 desses ataques, apenas mulheres e crianças foram registradas entre as vítimas fatais. No geral, uma parte significativa das pessoas mortas na campanha de bombardeios são mulheres e crianças, segundo a porta-voz da ONU, Ravina Shamdasani.
Shamdasani destacou que os ataques israelenses estão deixando "nenhum lugar seguro" em Gaza, inclusive nas áreas designadas para evacuação. Apesar das instruções do exército israelense para que os civis buscassem refúgio em Al-Mawasi e outras regiões, os bombardeios continuam ocorrendo nessas zonas.
A ONU documentou pelo menos 23 ataques contra acampamentos de tendas que abrigam palestinos deslocados desde 18 de março.
Em 6 de abril, um ataque à casa da família Abu Issa, em Deir al-Balah, matou seis civis, incluindo mulheres e crianças. Na sexta-feira, um ataque aéreo matou 10 membros da família Farra, incluindo sete crianças, em Khan Yunis.
A ONU também criticou as ordens de evacuação emitidas por Israel, afirmando que elas equivalem a deslocamento forçado. Shamdasani alertou que essas ações podem constituir uma violação do direito internacional, especificamente da Quarta Convenção de Genebra, e podem configurar um crime contra a humanidade.
A porta-voz da ONU mencionou uma ordem emitida em 31 de março pelo exército israelense exigindo a evacuação de toda Rafah, o governado mais ao sul da Faixa de Gaza, seguida por uma ampla operação terrestre.
Durante a recente campanha de bombardeios em Rafah, as forças israelenses assassinaram 15 socorristas palestinos e os enterraram em uma vala comum junto com seus veículos, numa tentativa de esconder os assassinatos.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, reconheceu que o exército está tomando "grandes áreas" de Gaza para expandir zonas de segurança — medida que gerou acusações de anexação territorial e deslocamento permanente da população de Gaza.
Desde a quebra do cessar-fogo e a retomada das operações militares em 18 de março, as forças israelenses já mataram pelo menos 1.482 palestinos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do território. Isso eleva o número total de palestinos mortos em Gaza desde o início do conflito, em outubro de 2023, para mais de 50.800. A maioria dessas vítimas são mulheres e crianças.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 58 mártires e 213 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 1.449 mártires e 3.647 feridos.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 50.810 e 115.688 feridos desde o 7 de outubro de 2023.