Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 539

Marwan Abd al-Aal, membro do Bureau Político da Frente Popular pela Libertação da Palestina, esteve em um amplo encontro político na quinta-feira (27), em comemoração ao Dia de Al-Quds, instituído pelo Imam Khomeini.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 539

FPLP: Encontro político acontece no Dia Al-Quds

O Centro Bahit de Estudos Palestinos e Estratégicos e os Comitês de Trabalho nos Campos de Refugiados Palestinos no Líbano organizaram um amplo encontro político intitulado Nós permanecemos fiéis, ó Jerusalém. O evento ocorreu na quinta-feira, (27), em comemoração ao Dia de Al-Quds, instituído pelo Imam Khomeini.

Entre os palestrantes estavam o Dr. Youssef Nasrallah, presidente do centro, o camarada Marwan Abd al-Aal, membro do Escritório Político da Frente Popular para a Libertação da Palestina, o ex-ministro Haj Muhammad Fneish, o Sheikh Maher Hammoud, presidente da União dos Ulemás da Resistência, e o Dr. Mohsen Saleh, diretor-geral do Centro Al-Zaytouna de Estudos e Consultoria.

O encontro foi apresentado pelo jornalista Hamza Al-Bashtawi, que pediu aos presentes que fizessem um minuto de silêncio em homenagem aos mártires e ouvissem os hinos nacionais do Líbano e da Palestina. Al-Bashtawi enfatizou que o Dia Al-Quds é um dia de mobilização contínua para eliminar a ocupação e afirmar a verdade contra a injustiça. Ele também renovou o compromisso com Jerusalém, a Palestina, Gaza, o sul do Líbano e o “Senhor dos Mártires da Resistência”, Sayyed Hassan Nasrallah, bem como com todos os mártires da nação, prometendo continuar no mesmo caminho.

O camarada Marwan Abd al-Aal iniciou seu discurso saudando os mártires e agradecendo aos organizadores do evento.

Abd al-Aal destacou que o Dia de Al-Quds, proclamado pelo Imam Khomeini, tornou-se um dos conceitos centrais da Revolução Islâmica no Irã e um pilar fundamental da revolução cultural na luta pela consciência. Ele afirmou que esse dia não deve ser tratado como uma ocasião exclusiva, mas sim como um dia de solidariedade global com a Palestina, revitalizando todas as dimensões históricas, nacionais, espirituais e culturais de Jerusalém.

Ele alertou que a guerra contínua, brutal e destrutiva contra a Palestina tem objetivos não declarados tão perigosos quanto os declarados, incluindo a eliminação da causa palestina, a transformação do Oriente Médio e a destruição dos princípios fundamentais da luta palestina. Entre esses princípios, ele destacou três ameaças principais:

A negação do direito a um Estado palestino.

A anexação gradual e a limpeza étnica da Cisjordânia e Gaza.

A abolição do direito de retorno e a erradicação da UNRWA e dos campos de refugiados.

Ele enfatizou que a ameaça mais grave não é apenas a reocupação da Palestina ou a judaização de Jerusalém, mas a ocupação da consciência, a distorção do conhecimento e a tentativa de apagar a memória histórica. Isso resultou na geração de uma elite política desfigurada, que adota a narrativa do inimigo e considera Jerusalém dividida entre Oriente e Ocidente, reduzindo a Palestina à Cisjordânia e Gaza. Além disso, a resistência enfrenta uma intensa campanha de demonização e distorção, com esforços para normalizar a ocupação na mente das pessoas e suprimir a identidade palestina.

Abd al-Aal levantou três perguntas críticas para a resistência e a batalha pela consciência:

Ele explicou que a Operação Tempestade Al-Aqsa atingiu profundamente a consciência sionista e reformulou a percepção global, libertando os próprios palestinos de falsas narrativas. O inimigo está constantemente lutando para criar novas realidades favoráveis a ele, tentando:

Deslegitimar a resistência, retratando-a como um fardo para a sociedade, em vez de uma ferramenta legítima de luta.

Promover uma cultura de submissão e rendição sob o pretexto de garantir uma vida “segura” para os civis.

Enfraquecer o apoio popular à resistência, distorcendo sua imagem e responsabilizando-a pelo sofrimento da população.

Alegar que sua guerra não é contra Hamas ou qualquer outra facção específica, mas contra toda a resistência e o povo palestino como um todo.

Ele afirmou que a resistência é legítima porque nasce da narrativa palestina de justiça e liberdade. Enquanto houver ocupação, haverá resistência – uma relação direta entre causa e efeito.

Abd al-Aal argumentou que a resistência não começou com a Tempestade Al-Aqsa e não pode ser isolada de sua história. Ela é uma extensão legítima da luta palestina e árabe, desde a formação dos primeiros grupos armados na década de 1920, passando pela Revolta de 1936, os levantes de Al-Qassam e Al-Husseini, até a Revolução Palestina contemporânea.

Ele enfatizou que a resistência nunca foi uma entidade artificial ou um braço estrangeiro, como algumas narrativas tentam retratar. Pelo contrário, ela é um fenômeno autêntico, enraizado na tradição de resistência árabe e islâmica contra o colonialismo, desde as Cruzadas e a invasão mongol até o imperialismo moderno e o sionismo.

Abd al-Aal citou líderes históricos da resistência, como Omar Al-Mukhtar, Izz al-Din al-Qassam, Abdel Qader Al-Husseini, Yasser Arafat, Ismail Haniyeh, Yahya Sinwar, George Habash, Wadie Haddad, Abu Ali Mustafa e muitos outros, destacando que a luta sempre esteve dividida entre dois campos:

O campo do colonialismo e seus aliados, incluindo “Israel”.

O campo da resistência, que luta contra esse projeto e apoia os direitos palestinos.

Ele enfatizou que o verdadeiro teste moral e político para qualquer movimento ou nação é sua posição em relação à Palestina.

Segundo Abd al-Aal, a Tempestade Al-Aqsa é uma tentativa heroica de romper com o ciclo vicioso de derrotas e falsas esperanças. Ele afirmou que a ocupação sionista não é um mero evento, mas uma estrutura completa de opressão. A história palestina está repleta de revoltas e resistências, mas muitas vezes a luta retorna ao ponto de partida, pois as estratégias utilizadas até agora não conseguiram quebrar esse ciclo.

Ele ressaltou que a resistência não pode ser reduzida a discursos inflamados; ela é uma necessidade existencial para libertar a Palestina. O objetivo estratégico não é apenas infligir perdas ao inimigo, mas alcançar a vitória final – a libertação de Jerusalém e o fim do colonialismo sionista.

Ele concluiu dizendo que a verdadeira vitória está na recuperação da Palestina e no colapso do projeto sionista. Resistir à dominação israelense na região é essencial para evitar que “Israel” se consolide como o “guarda” das minorias e o árbitro geopolítico do Oriente Médio.

A esperança, disse ele, não é um sonho distante, mas uma estratégia possível. A resistência é a única alternativa viável em um tempo que parece impossível.

Ele encerrou seu discurso saudando a resiliência do povo palestino, honrando os mártires e reafirmando o compromisso com a resistência até a libertação e o retorno.

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 26 mártires e 70 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.

Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.

O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 921 mártires e 2.054 feridos.

O total de mártires da agressão israelense subiu para 50.277 e 114.095 feridos desde o 7 de outubro de 2023.