Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 513
A Cisjordânia, onde vivem aproximadamente três milhões de palestinos, é ocupada hoje por mais de 500 mil colonos israelenses. Enquanto estes possuem cidadania reconhecida pela entidade, os palestinos vivem sob regime militar.

Filme sobre a ocupação israelense vence Oscar de melhor documentário
O filme “No Other Land” [“Sem Chão”], que retrata a luta dos palestinos para proteger suas casas da demolição pelo exército israelense, venceu o Oscar de Melhor Documentário na noite de domingo. A obra superou os concorrentes “Porcelain War”, “Sugarcane”, “Black Box Diaries” e “Soundtrack to a Coup d’Etat”.
Produzido entre 2019 e 2023, o documentário acompanha Basel Adra, ativista palestino que arrisca sua segurança para registrar a destruição de sua cidade natal, Masafer Yatta, localizada no sul da Cisjordânia. O território está sendo demolido e tomado por soldados israelenses para a implantação de uma zona de treinamento militar muito antes do 7 de outubro de 2023. Adra recebe o apoio do jornalista israelense Yuval Abraham para contar a sua história nesta obra.
Ao receber o prêmio, Adra destacou que o filme reflete a dura realidade enfrentada pelos palestinos há décadas. “Há cerca de dois meses, me tornei pai, e minha esperança é que minha filha não tenha que viver a mesma vida que eu, sempre temendo colonos, violência, demolição de casas e deslocamentos forçados”, afirmou. Ele também fez um apelo à comunidade internacional para que tome medidas concretas contra a limpeza étnica do povo palestino.
Por sua vez, Yuval Abraham ressaltou que a obra nasceu da convicção de que “juntos, nossas vozes são mais fortes”. Ele também criticou a política externa dos Estados Unidos, alegando que esta impede avanços no processo de paz.
Do lado de fora dos portões da cerimônia, a organização de direitos humanos Code Pink protestava contra a cumplicidade da indústria cinematográfica estadunidense no genocídio na Palestina.
“No Other Land” enfrentou dificuldades para encontrar um distribuidor nos Estados Unidos e, para se qualificar ao Oscar, teve uma exibição especial de uma semana no Lincoln Center, em novembro de 2024. Além do Oscar, o documentário já havia conquistado prêmios de prestígio, como o Panorama Audience Award de Melhor Documentário e o Berlinale Documentary Film Award no Festival Internacional de Cinema de Berlim de 2024.
A Cisjordânia, onde vivem aproximadamente três milhões de palestinos, é ocupada hoje por mais de 500 mil colonos israelenses. Enquanto estes possuem cidadania reconhecida pelo regime sionista, os palestinos vivem sob regime militar, administrado parcialmente pela Autoridade Palestina. Organizações pelo mundo todo denunciam a situação como apartheid, o que é rejeitado pela entidade sionista, que considera a Cisjordânia parte de sua história e identidade nacional e se opõe à criação de um Estado palestino.
A premiação de “No Other Land” se destaca como um registro potente e comovente da luta pela sobrevivência do povo palestino em face do maior genocídio do século, e é um feito considerável de propaganda contra a limpeza étnica na Palestina.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 9 mártires e 21 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 48.397 e 111.824 feridos desde o 7 de outubro.