Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 472
Nesta guerra, a verdadeira unidade emergiu através da resistência palestina e árabe, refletindo uma vontade popular singular que transcende as divisões sectárias, étnicas e organizativas entre as forças.
PCP: Sobre o cessar-fogo em Gaza
À luz dos recentes acontecimentos e da implementação do acordo de cessar-fogo em Gaza, o Partido Comunista Palestino (PCP) expressa sua perspectiva sobre este acordo como um momento crucial na trajetória do conflito palestino-sionista.
Em primeiro lugar, o Partido Comunista Palestino presta suas mais altas saudações e reverência ao nosso heroico povo em Gaza, que enfrentou essa brutal agressão e impôs sua vontade à ocupação fascista, apesar da escala de destruição e dos grandes sacrifícios. Saudamos também nossos valentes prisioneiros, símbolos de determinação e resistência, reafirmando que sua liberdade é iminente, apesar da vontade de seus carcereiros.
Esses eventos deixaram claro que o imperialismo americano é o motor das políticas sionistas. A influência do lobby sionista ou os desejos do primeiro-ministro fascista Benjamin Netanyahu são secundários diante dos objetivos gerais das políticas dos EUA na região. Nesse sentido, qualquer acordo assinado com a ocupação sionista e os EUA é intrinsecamente questionável, especialmente se for implementado em fases. O fato é que todas as partes envolvidas — seja os EUA, a entidade sionista ou seus aliados regionais — visavam subjugar Gaza completamente, libertar os reféns israelenses e desmantelar a resistência palestina. No entanto, a resistência em Gaza, a resiliência de seu povo, sua rejeição ao deslocamento apesar dos massacres horrendos, e os fronts de apoio no Líbano, Iêmen, Iraque, Irã e Síria frustraram esses objetivos.
Os objetivos da ocupação mudaram de desmantelar a resistência e libertar seus cativos para enfrentar um povo determinado a lutar até o fim. Contudo, a questão crítica permanece: qual será o futuro de Gaza após a implementação do acordo? Embora as informações sobre o cronograma final de retirada das forças de ocupação e o futuro de Gaza sejam escassas, é evidente que as potências ocidentais buscam solidificar a dominação americana na região. Isso inclui anexar a Cisjordânia à entidade sionista e acelerar a normalização entre os estados árabes e o estado sionista.
Além disso, a próxima etapa pode testemunhar uma mudança no foco militar dos EUA para o Iêmen, Iraque, Líbano e Irã, visando neutralizar as forças de resistência nessas áreas e manter pressão sobre o Irã, especialmente à luz de sua parceria estratégica com a Rússia. Essas manobras militares têm como objetivo reforçar a hegemonia americana às custas dos povos da região e de suas aspirações de liberdade, independência e libertação do controle imperialista.
Se o acordo for implementado, nosso povo palestino na Cisjordânia enfrentará novos desafios, precisando defender sua existência e seus direitos contra as políticas de ocupação e os colonos assassinos. Os ataques violentos às aldeias palestinas por esses assassinos destacam as ameaças iminentes. O povo em Gaza e na Cisjordânia continuará em constante confronto com a ocupação para preservar sua dignidade e sobrevivência. Isso exige uma postura palestina unificada contra todas as formas de normalização com a ocupação sionista e resistência a seus planos e agressões. Nesse sentido, o Partido Comunista Palestino destaca a urgência de acabar com a divisão interna palestina e reestruturar a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em bases nacionais revolucionárias, incluindo todas as organizações nacionais sem exceção, impedindo a monopolização das decisões palestinas para interesses particulares.
Esta guerra expôs de forma inequívoca o chamado conflito sectário e denominacional como uma ferramenta divisiva fabricada pelo imperialismo americano e seus aliados regionais. No entanto, a verdadeira unidade emergiu através da resistência palestina e árabe, refletindo uma vontade popular singular que transcende divisões sectárias, étnicas e denominacionais. Enquanto isso, os Estados árabes e islâmicos subjugados à hegemonia americana se mostraram ausentes da batalha de fé por Al-Aqsa. Forças reacionárias árabes e turcas conspiraram com os EUA e Israel, atingindo o eixo de resistência ao permitir que grupos terroristas apoiados pelo Ocidente e por Israel dominassem a Síria, afastando-a do conflito e dando um golpe severo nas forças de resistência na região árabe.
Ao mesmo tempo, forças de resistência no Iêmen, Gaza e Líbano demonstraram que, quando a vontade do povo se alinha com a resistência militar, é possível derrotar os exércitos mais formidáveis do mundo. Este modelo de resistência serve como uma resposta militar eficaz à superioridade militar americana e israelense, destacando as falhas sistêmicas dos exércitos convencionais diante da determinação popular.
Apesar do sofrimento em Gaza, ela permanece como um símbolo que une esperança e tristeza, testemunhando a resiliência lendária de seu povo e sua insistência em viver. A vontade palestina é mais forte que todos os desafios, e nosso povo continuará sua luta para alcançar seus direitos legítimos à liberdade e independência, não importa as dificuldades ou os sacrifícios.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 122 mártires (incluindo 62 socorristas) e 341 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 47.035 e 111.091 feridos desde o 7 de outubro.