Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 416

O Ministro das Finanças da ocupação propôs a redução da população palestina de Gaza pela metade em dois anos, afirmando que isso pode ser alcançado por meio da invasão a Gaza e do incentivo à “migração voluntária”.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 416

Ministro da ocupação defende limpeza étnica

O Ministro das Finanças da ocupação, Bezalel Smotrich, propôs a redução da população palestina de Gaza pela metade em dois anos, afirmando que isso pode ser alcançado por meio da invasão de Gaza e do incentivo à chamada “migração voluntária”.

Smotrich, que na prática é líder da ocupação na Cisjordânia, fez essas declarações em 26 de novembro durante uma conferência organizada pelo Conselho Yesha, um grupo que representa os municípios de assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada.

“Ocupa-se Gaza e reduz-se a população pela metade em dois anos”, disse Smotrich, explicando que isso seria feito por meio de uma estratégia de incentivo à “migração voluntária”.

O encontro da conferência buscou estratégias para expandir os assentamentos judaicos na Cisjordânia e em Gaza, considerando a nova administração de Donald Trump como presidente dos EUA.

O Times of Israel observou que críticos da política de “emigração voluntária” consideram o termo um eufemismo para deslocamento forçado, o que seria considerado um crime de guerra.

Smotrich argumentou que o exército israelense deveria ser responsável pela gestão dos assuntos civis dos palestinos em Gaza sob um governo militar de ocupação. Ele sugeriu que o exército estabeleça uma “Administração Civil” para governar Gaza de maneira similar à anterior ao plano de retirada de 2005, quando Israel removeu suas forças e assentamentos judaicos da região, optando por controlar o território por meio de bloqueios e cercos.

O ministro defendeu que, se a “migração incentivada” fosse bem-sucedida em Gaza, a estratégia poderia ser replicada na Cisjordânia, onde vivem três milhões de palestinos.

O Times of Israel também destacou que Smotrich, presidente do partido Sionismo Religioso, há muito tempo defende a anexação de grandes partes da Cisjordânia. Ele declarou, no início deste mês, que a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA representa uma oportunidade para concretizar essa visão.

Ele também defendeu que o governo israelense permita o colapso da Autoridade Palestina, o que abriria caminho para uma intervenção militar direta de Israel em toda a Cisjordânia.

Desde outubro, o exército israelense tem implementado o chamado “Plano dos Generais” para deslocar à força palestinos de todo o norte de Gaza. O plano envolve a emissão de ordens de evacuação forçada para os moradores das cidades do norte de Gaza, o cerco à região e o corte de alimentos e ajuda humanitária para forçar a saída daqueles que se recusarem ou não conseguirem partir.

Comunicado do Ministério da Saúde em Gaza

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

A ocupação israelense cometeu 3 novos massacres contra famílias em Gaza, resultando em 14 mártires e 108 feridos que chegaram aos hospitais nas últimas 24 horas.

Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.

O total de mártires da agressão israelense subiu para 44.249 e 104.746 feridos desde o 7 de outubro.