Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 368

O Ministro da Defesa, José Múcio, em fala na Confederação Nacional da Indústria, afirmou que o cancelamento da aquisição brasileira de blindados da empresa israelense era uma interferência ideológica na licitação da pasta.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 368
O Ministro da Defesa, José Múcio, ao lado do Presidente Lula, 7 set 2024. Reprodução: Ministério da Defesa.

Ministro da Defesa endossa financiamento da indústria de guerra israelense

O Ministro da Defesa, José Múcio, afirmou nesta terça-feira (8), em fala na Confederação Nacional da Indústria (CNI), que, por “questões ideológicas”, o Brasil ainda não poderá receber 36 obuseiros 155mm adquiridos da Elbit Systems, empresa da indústria de guerra israelense.

Múcio afirmou que “Houve agora uma concorrência, uma licitação… Venceram os judeus, o povo de Israel, mas, por questão da guerra, do Hamas, os grupos políticos… Nós estamos com essa licitação pronta, mas, por questões ideológicas, nós não podemos aprovar”.

O cancelamento da compra foi realizado de forma titubeante pelo governo federal, após muita pressão de setores solidários à causa palestina, de dentro e fora do governo.

O deputado federal, Kim Kataguiri (União Brasil-SP), fez coro à posição sionista do ministro:

“o governo Lula assume que é antissemita. É o governo que, desde o atentado do Hamas contra Israel em 7 de outubro do ano passado, tem se aliado ao que há de pior na política externa, condenado o Estado de Israel por exercer seu direito à autodefesa, e passando pano para grupos terroristas que querem o fim da única democracia do Oriente Médio. Vamos convocar o Ministro na Comissão de Fiscalização da Câmara para que ele explique direitinho por que essa licitação não foi autorizada pelo seu devido vencedor”.

A acusação do deputado de que o Governo Lula-Alckmin está alinhado ao Hamas é delirante. O Itamaraty, inclusive, lançou uma nota terrivelmente sionista e reacionária na ocasião do aniversário de um ano da Tempestade Al-Aqsa, culpando os “terroristas” palestinos pelo genocídio atual, e se solidarizando com “a família de todas as vítimas e com o povo israelense”. A nota covarde sequer cita os números da ofensiva israelense, ou menciona diretamente as famílias palestinas vitimadas.

A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) criticou a fala do ministro, e lembrou que, para acompanhar resoluções da ONU, o Brasil chegou a cortar relações comerciais amplamente vantajosas com o Irã, perdendo bilhões de dólares anuais, à reboque da política externa americana.

Em face da entidade genocida de Israel, entretanto, a postura do governo brasileiro é leniente, e beira a cumplicidade, mantendo extensos aportes financeiros resultados sobretudo da aquisição de armas, equipamentos e veículos israelenses, assim como abasteceliteralmente – as máquinas de guerra da ocupação genocida, em uma relação que em nada favorece a economia brasileira.

Comunicado do Ministério da Saúde em Gaza

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

A ocupação israelense cometeu 3 novos massacres contra famílias em Gaza, resultando em 45 mártires e 130 feridos que chegaram aos hospitais nas últimas 24 horas.

Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.

O total de mártires da agressão israelense subiu para 42.010 e 97.720 feridos desde o 7 de outubro.