Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 205
Os números da repressão às manifestações de solidariedade à Palestina nas universidades dos Estados Unidos são significativos. Desde o dia 18, mais de 700 pessoas foram presas em atos pelo país. Os estudantes pedem por cortes de relações e de cooperação com a ocupação sionista e suas empresas.
REPRESSÃO AOS MOVIMENTOS DE SOLIDARIEDADE NOS EUA SE AGRAVA
A reitoria da Universidade de Columbia, Nova Iorque, distribuiu um aviso aos estudantes para evacuarem o Acampamento de Solidariedade de Gaza antes das 14h EST após o fracasso das negociações entre a administração universitária e o movimento de solidariedade à Palestina na segunda-feira (29).
A universidade ameaçou os estudantes mobilizados, afirmando que “vários deles já foram identificados”, afirmando que seriam suspensos da universidade se não deixassem o acampamento – que persiste há 11 dias – até às 14h (em menos de 1h30 da emissão do comunicado). Foi solicitado que os alunos assinassem o documento para indicar sua adesão aos termos do formulário.
Vários estudantes responderam jogando os avisos no lixo e escreveram “SHAME ON COLUMBIA” nos avisos impressos. A mobilização deve continuar nos próximos dias.
Já na Universidade de Washington, em St. Louis, Missouri, a candidata a presidente dos Estados Unidos pelo Partido Verde, Jill Stein, foi detida neste sábado (27) enquanto participava de um ato pró-Palestina.
Jill é formada em medicina e já concorreu às eleições presidenciais anteriormente – nos anos de 2012 e 2016. Junto dela e de dois assessores de sua campanha, outras 200 pessoas foram presas em meio à repressão policial.
Os números da repressão aos atos de solidariedade à Palestina nas universidades dos Estados Unidos são significativos. Desde o dia 18 de abril, mais de 700 pessoas foram presas em manifestações pacíficas pelo país. Os estudantes condenam o genocídio sionista em Gaza, pedem por cortes de relações e de cooperação científica e comercial com a ocupação sionista e suas empresas.
COMUNICADO DO SECRETÁRIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL EM GAZA
O Secretário de Comunicação Social do governo em Gaza, Salameh Maarouf, alertou os palestinos residentes na Faixa para a recorrência de incidentes com explosivos deixados pelo exército de ocupação nas casas dos cidadãos, especialmente disfarçados de enlatados. Muitos cidadãos ficaram feridos por essas latas explosivas, a última delas na área de Al-Zana, em Khan Yunis, onde Muhammad Yasser Samour, de 14 anos, ficou gravemente ferido. Ele procurava seus pertences pessoais em sua casa bombardeada, encontrou latas de comida deixadas pela ocupação e as abriu, causando uma explosão que levou à amputação de alguns de seus membros e feriu outras pessoas com ele.
O secretário condenou o crime doloso da ocupação de colocar armadilhas explosivas nos restos que deixa para trás, como se não bastasse matar o povo palestino com bombardeios diretos. Usam assim da trapaça para aumentar o número de mártires e feridos, especialmente entre as crianças, que não conseguem distinguir esses restos.
Segundo as estimativas da ONU, confirmadas por relatórios das agências governamentais palestinas, cerca de 10% das bombas lançadas pelo exército de ocupação, estimadas em mais de 75.000 toneladas de explosivos, não explodiram. Isto significa cerca de 7.500 toneladas de bombas e explosivos nas ruas, nas terras palestinas, nas casas e entre escombros nas várias regiões da Faixa de Gaza. Isto representa um perigo grave que não terminará mesmo com um fim da agressão, a menos que sejam removidos e o risco da sua explosão seja neutralizado.
Portanto, o secretário pediu aos cidadãos que não mexam com esses restos e que prestem muita atenção ao que o exército da ocupação deixa para trás, incluindo alimentos enlatados. As equipes de defesa civil e autoridades especializadas em técnicas de explosivos devem ser comunicadas para lidar com esses objetos.
O comunicado encerra pedindo que a comunidade internacional auxilie com equipes técnicas especializadas e especialistas em explosivos e forneça às autoridades locais competentes as capacidades técnicas necessárias para lidar com estes restos e remover o perigo que representam para os cidadãos.
PRISIONEIROS QUE ESTÃO SENDO LIBERTOS RELATAM GRAVES PROBLEMAS DE SAÚDE
A Associação de Prisioneiros Palestinos informou que a maioria dos detidos recentemente libertados das prisões da ocupação sionista, como parte das libertações limitadas de detidos administrativos e prisioneiros que completaram as suas sentenças, sofrem de problemas de saúde significativos. Isto exigiu a transferência imediata de alguns deles para hospitais após a libertação, devido às graves condições de detenção e às políticas sistemáticas de negligência médica intensificadas pela administração carcerária após o 7 de outubro. Crimes de tortura, política de fome e crimes médicos sistemáticos têm sido as condutas mais proeminentes seguidas pela ocupação ao longo de muitas décadas, causando o martírio de prisioneiros.
A Associação de Prisioneiros deu seguimento a vários testemunhos de pessoas recentemente libertas, que se encontram em condições graves de saúde. A maioria delas sofre de dores intensas e problemas de saúde que requerem tratamento contínuo. Algumas tiveram fraturas no início da detenção devido a espancamentos severos e ainda sofrem efeitos evidentes meses após a prisão, além de uma alteração grave e evidente no peso e na aparência.
A Associação de Prisioneiros salientou que a continuação das medidas de retaliação, no atual ritmo, durante mais tempo, conduzirá a um agravamento das condições de saúde dos prisioneiros doentes e causará doenças até mesmo aos mais saudáveis. Muitos detidos que não tinham problemas de saúde anteriores começaram recentemente a sofrer de problemas de saúde evidentes, o que tornou difícil para as instituições especializadas contabilizar o número de prisioneiros doentes à medida que os casos aumentam e as campanhas diárias de detenção continuam a visar indivíduos doentes, feridos e idosos, além de dificultar o trabalho de advogados e da possibilidade de acompanhamento de seus prontuários.
A política de fome, juntamente com os crimes médicos, foram destacadas como as políticas mais proeminentes que causaram problemas claros aos prisioneiros, particularmente no período recente. Aqui, nota-se que o mártir Muhammad Ahmad Sabbar, que ascendeu em fevereiro, esteve entre os casos mais notáveis em que o tipo de alimentação fornecida foi uma causa clara da sua morte, juntamente da negligência médica, como confirma um relatório de autópsia subsequente. Um problema intestinal de antes da sua detenção necessitava de cuidados de saúde contínuos e de alimentação adequada, aos quais a administração penitenciária não aderiu, cometendo deliberadamente um crime médico que o levou a óbito.