Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 182
De acordo com a investigação “independente” de Israel, a WCK coordenou a transferência da ajuda humanitária dos barcos para os armazéns à 1h da manhã previamente com as IDF. O comboio de ajuda, então, estava registrado e a operação era conhecida, mas as IDF ainda assim optaram por atacá-lo.
ISRAEL SE MANIFESTA SOBRE VOLUNTÁRIOS MORTOS EM DEIR AL-BALAH
Um ataque israelense na segunda-feira (1) matou instantaneamente 5 trabalhadores de ajuda humanitária da World Central Kitchen (WCK), que estavam em um veículo, ao sul de Deir al-Balah, na região central de Gaza. Quatro deles são da Polônia, Austrália, Irlanda e Reino Unido.
Após longos dias de silêncio, a ocupação se manifestou sobre os voluntários assassinados. A investigação “independente” de Israel confirmou que a WCK havia coordenado a transferência da ajuda humanitária dos barcos para os armazéns à 1h da manhã da segunda-feira previamente com as IDF.
O comboio de ajuda, então, estava registrado e a operação era conhecida, mas as IDF ainda assim optaram por atacá-lo. A declaração de Israel reforça que as IDF os atacaram deliberadamente, sabendo quem eles eram.
Na terça-feira (2) a FPLP enviou uma mensagem à comunidade internacional e aos países ocidentais sobre o referido ataque: “Que o ataque a esses estrangeiros, com as mesmas armas internacionalmente proibidas fornecidas à ocupação para matar o povo palestino e continuar a guerra de extermínio contra ele, exija que vocês extraiam lições e tomem uma posição firme contra os crimes da ocupação sionista. E que tomem também decisões em prol da humanidade como um todo, para interromper o fornecimento de armas a esta ocupação criminosa e parar com a flagrante leniência em seu favor e as contínuas tentativas de inocentá-la desses crimes sem precedentes, cometidos contra um povo civil e sitiado.
DECLARAÇÃO DE DIRIGENTE DO HAMAS À AL-JAZEERA
O dirigente do Hamas, Osama Hamdan, prestou uma breve declaração nesta sexta-feira (5) à emissora de televisão Al-Jazeera:
O exército de ocupação só é capaz de destruir edifícios e matar crianças enquanto permanece indefeso contra a resistência.
Tem havido algum retrocesso por parte dos israelenses nas negociações, mas vemos que não é suficiente e não reflete seriedade em obter um acordo de fato.
A posição dos Estados Unidos é caracterizada pela hipocrisia, dizendo uma coisa publicamente e fazendo o contrário durante o processo de negociação.
Existe um pleno acordo entre Israel e a administração americana quanto à que fim dar à questão palestina, com desacordo apenas sobre os métodos.
Temos flexibilidade nas negociações, mas não aceitamos e não aceitaremos a capitulação ao inimigo.
Apresentamos nossos critérios específicos e objetivos para os prisioneiros que pretendemos libertar, embora ainda não tenhamos negociado os nomes.
Israel atacou deliberadamente os veículos da organização World Central Kitchen para intimidar os trabalhadores humanitários.
Damos as boas-vindas àqueles que vêm a Gaza para participar no processo de libertação e não para serem peões da ocupação.
Dentro da Autoridade Palestina há funcionários que simpatizam com a resistência. Não queremos transformar isto numa guerra civil interna.
É necessário convergir para um projeto nacional palestino de resistência que vise a libertação e o estabelecimento de um Estado independente.
Apoiaremos qualquer governo que tenha como referência as organizações palestinas, independentemente da nossa participação nele.