Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 122

Em resposta às ações de Israel na Faixa de Gaza, o governo egípcio ameaçou suspender ou cancelar suas relações com Israel se houver deslocamento forçado de palestinos em direção ao Sinai, no sul de Gaza.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 122
Palestinos em acampamentos próximos ao Egito, 27 de janeiro de 2024. Reprodução: AP

RESISTÊNCIA CONTRA FORÇAS ISRAELENSES: OPERAÇÕES DE HOJE

A Faixa de Gaza continua sendo palco de intensos confrontos, marcando um aumento nas operações de resistência contra as forças combinadas dos Estados Unidos e Israel. As ações coordenadas de hoje foram lideradas por diversas organizações, resultando em uma série de ataques estratégicos.

As Brigadas Al-Qassam, braço armado do movimento Hamas, desempenharam um papel crucial nas operações de resistência. Em uma ousada missão, as forças capturaram um drone de reconhecimento Skylark durante sua missão de inteligência a oeste de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. Além disso, em uma operação conjunta com as Brigadas Al-Quds, bombardearam forças inimigas infiltrando-se a oeste da Cidade de Gaza, resultando em baixas.

Um comboio militar das Forças de Defesa de Israel (IDF) foi emboscado, com três dispositivos explosivos pré-plantados visando um tanque Merkava. Outro tanque foi atingido com precisão usando um Yassin-105, demonstrando a determinação das Brigadas Al-Qassam em repelir as incursões inimigas.

As Brigadas Al-Quds concentraram seus esforços em alvejar soldados israelenses com bombas antipessoais “Buraq” e morteiros na região de Khan Yunis. Além disso, lançaram foguetes Grad contra as forças das IDF, alcançando alvos com precisão notável.

As Brigadas Al-Aqsa, por sua vez, não hesitaram em engajar soldados inimigos. Um tanque Merkava foi alvo de um dispositivo explosivo e RPGs, resultando em danos significativos. Confrontos intensos foram relatados nas áreas oeste de Khan Yunis e Cidade de Gaza.

As Brigadas Mujahidin direcionaram foguetes de curto alcance contra concentrações de forças IDF. O Hezbollah mirou bases da IDF nas colinas de Kafr Shuba e nas Fazendas Shebaa, assim como os quartéis de Yiftah, com ataques de foguetes em operações distintas. Ademais, a Resistência Islâmica no Iraque atacou um alvo em Umm al-Rashrash (Eilat), utilizando um drone bomba.

EGITO ROMPERÁ COM ISRAEL SE PALESTINOS FOREM DESLOCADOS AO SINAI

Em resposta às ações de Israel na Faixa de Gaza, o Cairo ameaçou suspender ou cancelar suas relações com Israel se houver deslocamento forçado de palestinos em direção ao Sinai, no sul da Faixa de Gaza, anunciou o jornal Al Mayadeen nesta segunda (5). Fontes egípcias não identificadas comunicaram essas ameaças ao jornal israelense Israel Hayom, após contatos entre altos funcionários egípcios e israelenses.

De acordo com o jornal israelense, as ameaças foram transmitidas em uma série de contatos entre autoridades egípcias e israelenses, sendo posteriormente comunicadas para toda a elite política e de segurança em Israel.

Uma fonte não identificada afirmou ao Israel Hayom que “se um refugiado palestino passar (para o território egípcio), o acordo de paz (entre os dois governos) será cancelado.” Outra fonte não mencionou o cancelamento do acordo, mas indicou que o Cairo “suspenderá” o acordo nas mesmas circunstâncias.

O Al Mayadeen considera que a tensão aumentou após Israel lançar sua guerra em Gaza, com um plano de deslocamento forçado de palestinos para o sul. Sob a justificativa de ser uma “medida de segurança”, o comando militar israelense ordenou que os palestinos no norte da Faixa de Gaza se deslocassem para o sul, afirmando que as áreas do sul seriam “seguras”.

Contrariando essas declarações, o exército israelense atacou comboios de pessoas deslocadas à força e lançou conchas e ataques nas áreas designadas, culminando em uma invasão em larga escala no sul da Faixa de Gaza em 1º de dezembro de 2023.

Milhares de palestinos foram empurrados em direção à fronteira palestino-egípcia, onde estruturas temporárias foram erguidas para abrigar famílias inteiras.

As ações israelenses provocaram a ira e preocupação das autoridades egípcias, que emitiram ameaças expressando descontentamento. O Cairo declarou que não está preparado para receber centenas de milhares de refugiados palestinos, argumentando que tal deslocamento significaria o fim da causa palestina.

Oficiais egípcios afirmaram que os palestinos se tornariam “um problema egípcio permanente”, de acordo com o Israel Hayom.

Além disso, os planos israelenses de ocupar o Eixo de Filadélfia, uma faixa de terra dentro do lado palestino da fronteira palestino-egípcia, geraram preocupações entre as autoridades egípcias. O eixo se estende do cruzamento controlado por Israel em Karam Abu Salem até o Mar Mediterrâneo.

O possível controle do eixo pela ocupação israelense foi recebido com “firme oposição” do lado egípcio. O controle militar direto avançaria na limpeza étnica de palestinos por Israel, concedendo ao comando militar israelense controle total sobre todas as passagens para dentro e fora da Faixa de Gaza.

Essencialmente, as autoridades israelenses buscam isolar completamente a Faixa de Gaza do restante do mundo, implantando forças na única região que liga o território palestino a outro país. Em adição ao cerco rigoroso que corta todos os bens da Faixa de Gaza desde 7 de outubro, excluindo uma pequena quantidade de ajuda através da fronteira de Rafah, os principais funcionários da ocupação buscam cortar qualquer suprimento que entre no território.