Ato panfletaço contra a militarização das escolas em São Carlos (SP) demarca posição contra o retrocesso

Mesmo diante da chuva, o Movimento Contra a Militarização das Escolas em São Carlos foi às ruas panfletar e dialogar com a população sobre o projeto fascista de Tarcísio de Freitas, neste sábado (10/08).

Ato panfletaço contra a militarização das escolas em São Carlos (SP) demarca posição contra o retrocesso

Publicado originalmente no Tribuna São Carlense

Mesmo diante da chuva, o Movimento Contra a Militarização das Escolas em São Carlos foi às ruas panfletar e dialogar com a população sobre o projeto fascista de Tarcísio de Freitas, neste sábado (10/08).

O projeto de militarização das escolas está sendo proposto pelo governo do estado de SP desde o dia 21 de maio, quando foi aprovado na ALESP (Assembléia Legislativa de São Paulo), sob forte repressão da Polícia Militar. A justificativa do projeto tem sido utilizada como um escudo para esconder problemas que não são do ambiente escolar, mas provocados pela própria desigualdade e a partir do desinvestimento em setores como o da educação.

No caminho das privatizações e precarizações, os governos burgueses buscam destruir e desmontar tudo que há de bom no serviço público, e se utilizam disso para justificar suas políticas contra a classe trabalhadora. Ou seja, o investimento para o serviço público funcionar da forma adequada é retirado, através de políticas como o Novo Teto de Gastos, e posteriormente apontam que a solução é trazer investimento do setor privado.

O ato panfletaço que ocorreu neste final de semana reuniu pessoas de diversas organizações, entidades e partidos. A mobilização tem sido fundamental para demonstrar para a população em São Carlos a necessidade de barrar um projeto que levará para dentro da escola toda a opressão que é vista em abordagens e operações militares.

Militantes do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) relataram que a luta tem que ir para além da pauta moral, dado que o corte de investimentos no setor da educação pode chegar a 9 bilhões de reais.

Vithor Mori, secundarista que participou da ação comentou um pouco mais sobre o projeto a partir dos diálogos durante a panfletagem: “Acho que o ponto dos policiais ganharem muito mais que um professor, as vezes o dobro, chegando até 9 mil reais, mesmo sem ter formação é algo ruim e também a questão da violência sexual, teve até uma pessoa com quem conversei que disse que a midia que transforma o estupro em algo ruim…”.

“O que percebemos no centro de São Carlos é que muita gente observa com muita atenção, mas ainda não entende de fato o que representa o retrocesso do projeto de Escola Cívico-Militar. […] A gente observou que tivemos bastante impressões favoráveis ao nosso movimento contra a militarização das escolas.” apontou Fernanda Castelano, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Carlos (ADUFSCar).

O grupo indicou que seguirá mobilizado ao longo desta semana, e que continuará atuando contra o projeto de militarização, contra o projeto privatista e pela revogação do Novo Ensino Médio (NEM), pauta que deu início às mobilizações do movimento em 2022.