As eleições municipais em Montes Claros (MG) e a posição dos comunistas

O PCBR e a UJC, diante da conjuntura política local, manifestam apoio crítico ao candidato à vereança Pablo Alves [50.038], pelo PSOL, e indicam voto nulo para a prefeitura nas eleições municipais de Montes Claros.

As eleições municipais em Montes Claros (MG) e a posição dos comunistas

Nota política do PCBR em Montes Claros (MG)

O Partido Comunista Brasileiro Revolucionário e a União da Juventude Comunista, diante da conjuntura política local, manifestam apoio crítico ao candidato à vereança Pablo Alves [50.038], pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), e indicam voto nulo para a prefeitura nas eleições municipais de Montes Claros.

A Prefeitura

Entre as atuais opções para a prefeitura de Montes Claros, temos Guilherme Guimarães (UNIÃO), atual vice-prefeito, e Maurício da Santa Casa (PL), ambos ligados à direita e à extrema-direita. Esses candidatos representam a continuidade do projeto político vigente, que prioriza a defesa dos interesses da burguesia montesclarense e a preservação das estruturas de poder que favorecem as elites locais.

Ruy Muniz (PSB), ex-prefeito e empresário, proprietário de instituições privadas de ensino superior, é um representante claro da burguesia e um político de carreira, sem compromisso com as pautas da classe trabalhadora, como ficou evidente durante sua gestão de 2013 a 2016. Sua administração foi marcada por graves denúncias de corrupção, incluindo a Operação Aequalis, que investigou um esquema de fraude em contratos públicos que resultou em desvios de cerca de R$300 milhões, evidenciando ainda mais sua desconexão com as necessidades da população.

Délio Pinheiro (PDT) apresenta-se como um candidato de centro, prometendo uma "nova política". No entanto, suas propostas e programas políticos na prática sugerem a continuidade do favorecimento às elites econômicas norte mineiras, mantendo a estrutura de poder que privilegia a classe dominante, apesar do seu discurso que busca ser mais “moderado”.

Paulo Guedes (PT), embora filiado a um partido vinculado à esquerda institucional, tem se distanciado das lutas de base e da mobilização popular. Sua trajetória política reflete um caminho de conciliação, frequentemente acomodando-se aos interesses do capital, comprometendo a defesa das pautas populares e das reivindicações da classe trabalhadora.

Diante disso, não temos alternativas que representem efetivamente um enfrentamento ao coronelismo latente que ainda permeia a região do Norte de Minas, nem candidatos comprometidos com a defesa dos interesses da classe trabalhadora ou que se alinhem minimamente às nossas pautas na Plataforma Municipal. Por essa razão, agitamos a anulação do voto para a prefeitura, uma vez que sequer se torna viável um apoio crítico a qualquer um dos candidatos. 

A Vereança

No nosso município, há uma clara falta de representação política mínima da esquerda, mesmo que institucional, na câmara de vereadores. Quase todos os quadros presentes não possuem uma postura firme e coerente em defesa dos direitos e das reivindicações da população e, muito menos, constroem as lutas necessárias para desafiar as estruturas de poder consolidadas.

Nesse contexto, manifestamos apoio crítico à candidatura do companheiro Pablo Alves [50.038] (PSOL), considerando nosso histórico de lutas conjuntas nos movimentos sociais em defesa dos direitos da classe trabalhadora. Ele é um quadro destacado do MTST, reconhecido pelo seu trabalho nas cozinhas solidárias e na luta por moradia.

Entretanto, fazemos ressalvas ao nosso apoio devido à proximidade entre o candidato com algumas figuras do PT e do PSOL, as quais constituem parte da esquerda institucionalizada conciliadora. Embora reconheçamos a importância de ocupar espaços políticos desse tipo e atuar dentro das lutas legais, entendemos que esses métodos, por si só, são limitados e insuficientes para avançar plenamente nas reivindicações necessárias para superar a exploração sofrida pelo povo.

Continuamos firmes em nossa luta, agitando nossas pautas pela construção do poder popular e do socialismo-comunismo, buscando a Revolução Brasileira como caminho para a verdadeira emancipação da classe trabalhadora. 

Lutar, criar, Poder Popular!