As coisas pelo seu nome: sobre a tentativa de assalto contra o PCV

Pode haver diferenças sobre a caracterização do atual governo da Venezuela; mas, por princípio, não se pode calar diante da tentativa de um Estado capitalista de proibir os direitos políticos de um Partido Comunista e usurpá-lo.

As coisas pelo seu nome: sobre a tentativa de assalto contra o PCV
Defender e justificar esta intervenção contra o PCV seria trair o internacionalismo proletário, e não haverá razão “tática” ou “geopolítica” para apagar essa mancha.

Seção Internacional do Partido Comunista do México (PCM). Publicado em 24 de maio de 2023, no Solidnet.


A história do movimento comunista internacional tem um grande número de cisões. Em alguns casos, essas cisões são causadas por diferenças irreconciliáveis em termos de princípios, ideologia e estratégia. Em outros casos, as razões estão em diferenças menores, até mesmo interesses pessoais ou de grupo. Algumas dessas divisões foram necessárias, como foi o caso do POSDR entre bolcheviques e mencheviques. Em outros casos, foram erros graves. Em cada caso, o desenvolvimento histórico se encarregou de colocar cada um em seu lugar, mostrando a justiça ou o erro dessas cisões. Nesses casos, os partidos de outros países se deparam com o dilema de determinar sua posição a respeito, de acordo com sua política, princípios e estratégia.

Não é isso que acontece na Venezuela. Na Venezuela não há divisão no PCV, mas uma montagem organizada pelo governo venezuelano de Nicolás Maduro e a liderança do PSUV, particularmente coma intervenção aberta de Diosdado Cabello e Jesús Farías Tortosa. Como o PCV demonstrou com provas em mãos, e como mostram as próprias redes sociais do "Movimento Nacional PCV Patriótico", tratam-se de funcionários do governo venezuelano e militantes ativos do PSUV, que exigem abertamente a intervenção noPCV, para despojá-lo de seus direitos político-eleitorais e usurpar seu nome. Proibir o PCV de exercer seus direitos político-eleitorais tem nome: ilegalização.

A manobra foi denunciada atempo pelo PCV e demonstrada com fatos. Há precedente de outros partidos anti-imperialistas que sofreram intervenções nos últimos anos, como o PPT e os Tupamaros. Pode haver diferenças sobre a caracterização do atual governo da Venezuela; mas, por princípio, não se pode calar diante da tentativa de um Estado capitalista de proibir os direitos políticos de um Partido Comunista e usurpá-lo. Nada fazer, sabendo da evidente manobra, seria cumplicidade. Defender e justificar esta intervenção contra o PCV seria trair o internacionalismo proletário, e não haverá razão “tática” ou “geopolítica” para apagar essa mancha. A classe trabalhadora do mundo julgará a decisão que cada Partido tomar a esse respeito.

Está na hora de agir. A solidariedade dos Partidos Comunistas e dos Trabalhadores pode ajudar a inviabilizar esta intentona contra o PCV. Por questão de princípio, defendamos o Partido Comunista da Venezuela.

Proletários de todos os países, unam-se.

Secção Internacional do CC do PCM