'Alianças Táticas Comunistas e Antifascistas' (Zé)

Se falamos tanto de tomada de poder de forma violenta por que quando o assunto é a ação direta nos sentimos os detentores da moral que estão lá colocando todos desvios esquerdistas e performáticos disso, pois é mas a linha tênue desse academicismo e chorar por vidraça é bem pequena.

'Alianças Táticas Comunistas e Antifascistas' (Zé)
"Comício da Aliança Nacional Libertadora na Cinelândia, Rio de Janeiro, 1935."

Por para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.

Como foi exposto no documento de Reconstrução Revolucionária o PCB ficou a reboque de outros partidos maiores em diversas frentes em que participou, isso foi desde a eleitoral, a sindical e as Frentes para o impeachment do Bolsonaro. Ficar a reboque de algo maior em si não é um problema, mas a pergunta que fica é o que ganhamos com isso? Uma troca perde/perde, Ironicamente uma crise partidária. O que fica agora é perguntas óbvias, se vamos participar de um espaço com partidos maiores da ordem, por que e para que?

Dito isso, queria problematizar o do porque não fazemos mais alianças com as forças Antifascistas, quando falamos disso estamos falando de um movimento heterogêneo e complexo que por não seguir a ordem partidária fica muito difícil de mapear e deve ser muito bem analisado especificamente e localmente, mas por outro lado, estamos falando de somar com um movimento onde:

1- não precisamos rebaixar nossa linha política
2- conseguimos ter uma análise real e não fetichizada sobre movimentos periféricos
3- conseguimos ser catalisadores de algo crucial pra inserção real na classe trabalhadora, o ódio.

Quando falo de Ódio, digo que é um campo perigoso e precisamos fazer ressalvas, a primeira é de que ação direta com fim em si mesmo não valem de nada (mas isso vale pra aliança com partido maior também rs), a segunda é um debate sério e qualificado sobre segurança e defesa pessoal, a terceira é a constante problematização dos masculinismos performáticos nesse meio, por último o cuidado com o capacitismo na discussão.

Dito isso, por que não?

Se falamos tanto de tomada de poder de forma violenta por que quando o assunto é a ação direta nos sentimos os detentores da moral que estão lá colocando todos desvios esquerdistas e perfomaticos disso, pois é mas a linha tênue desse academicismo e chorar por vidraça é bem pequena.

Sim, as vezes vão ter o fim em si mesmo e serão puramente propagandisticos, mas não vivemos na Sociedade do Espetáculo, Bordieu? Um vídeo de 4 minutos no Instagram no ato falando no microfone do celular tá tendo o alcance REAL pra quem?

Que medo é esse de estar associado ao vandalismo quando estivemos anos associados ao PSOL que guinou a direita e acabou de soltar uma nota horrível sobre a Palestina? Existe maior símbolo de solidariedade internacional do que uma embaixada pegando fogo?

Tamo com medo de que? estar associades a terroristas igual aquela nota horrível do partido no começo do ano?

Obviamente, entrar nessa discussão é entrar num terreno imenso, difuso e contraditório, que por maior que seja nossa preocupação e preparação inevitavelmente afetará vida pessoal de militantes, mas devemos estar preparades pra tudo.

Lembremos como era atrelado o anarquismo e o movimento comunista na época da ANL, devemos ter um pouco de humildade que anarquistas os quais nos sentimos "tão superiores por que lemos dois capítulos de Lenin" estão nos superando na capitalização do ódio periférico não numa maneira fetichizada, também no sentido Propagandista, em segurança digital, e cumpriram papel fundamental de denúncia das contradições da Estratégia Democrático - Popular como o encarceramento, violência policial e guerra as drogas.

Que essa tribuna abra mais que debates, mas alianças importantes pro avançar da nossa linha política sobre setores importantes.