A posição do PCBR em Caxias do Sul (RS) no 2º turno das eleições: Caxias do Sul e a derrota da classe trabalhadora

Os dois projetos são antipopulares. Um escancarado (Scalco) e um disfarçado (Adiló). Assim, anulamos qualquer apoio. Assim, não temos perspectiva NENHUMA de apoio a uma chapa, e orientamos o voto nulo.

A posição do PCBR em Caxias do Sul (RS) no 2º turno das eleições: Caxias do Sul e a derrota da classe trabalhadora

Nota política do PCBR em Caxias do Sul (RS)

Caxias do Sul, também conhecida como a "Pérola das Colônias", possui a segunda maior população do estado e um PIB de aproximadamente R$ 28 bilhões, segundo dados do IBGE (2021). Nacionalmente é conhecida por sua diversidade produtiva, com destaque para a produção vinícola e metalomecânica, sendo o segundo polo metalmecânico do país, segundo o site Travel Inn. Toda essa capacidade produtiva jamais seria alcançada sem uma força de trabalho amplamente pulverizada em todos os ramos econômicos da cidade, que já há alguns anos vem sofrendo ataques por conta das políticas de austeridade fiscal implantadas por uma agenda neoliberal, que acaba por causar demissões em massa, conforme materia do G1, onde aponta que só no ano de 2017, um ano após a ascensão do governo golpista de Michel Temer, a cidade havia perdido cerca de 25mil postos de trabalho no ramo metalúrgico. Somado aos problemas de desemprego mencionados anteriormente, vários postos de trabalho que permanecem, foram engolidos por precarização em massa, e outros abertos na informalidade, em muito amparados pela reforma trabalhista, que inclusive foi defendida a cabo pelos partidos que hoje disputam o segundo turno da eleição municipal.

A difícil escolha na democracia burguesa

Para o cenário político atual, logo após a eleição de uma bancada extremamente reacionária no legislativo, com um destaque para a reeleição de Sandro Fantinel, que ficou nacionalmente conhecido por defender empresas que faziam uso de trabalho análogo a escravidão, além de menosprezar e fazer diversas injurias contra, hora só, a população escravizada, em um misto de racismo e xenofobia, visto que as pessoas que faziam parte dessa massa trabalhadora escravizada tinha origens na Bahia, sobraram dois candidatos ao executivo municipal, que representam as duas faces da mesma moeda, a do neoliberalismo. De um lado temos Adiló Didomenico (PSDB), candidato à reeleição municipal, ficou marcado por uma gestão incompetente na gestão dos problemas de infraestrutura básica e bem-estar social, recordando os episódios dos protestos dos moradores do bairro Planalto, que se mobilizaram por conta da demora na entrega da pavimentação de acesso ao bairro, no entroncamento com a BR-116, e a obra do Centro de Proteção Animal, conforme apontam matérias do site GZH. Por outro lado, não menos problemático, o candidato Maurício Fernando Scalco, candidato do PL, que tenta surfar na onda fascista do bolsonarismo, em uma cidade onde o ex-presidente, responsável por um verdadeiro genocídio durante a pandemia ao atrasar compra de vacinas e distribuição de equipamentos como respiradores e oxigênio, fez cerca de 63% dos votos validos no segundo turno. Ao que parece, nada do que foi apontado anteriormente, sobre a condução do país na maior crise sanitária do século, incomoda o presente candidato, que reafirma suas convicções e bandeiras em cada oportunidade possível. De maneira mais branda ou extrema, ambas candidaturas demonstram ineficientes para a solução dos problemas dos trabalhadores, muito pelo contrário, pois são ligados a setores defensores do programa de austeridade fiscal, que há anos causam dor e sofrimento aos membros da classe trabalhadora, seja pela defesa das reformas trabalhista e previdenciária, seja pela posição de cortes no investimento público em um aceno pornográfico ao setor mais financeirizado do grande capital, que não enxerga com bons olhos a expansão da geração de empregos e o efeito de empoderamento da classe trabalhadora. Ante o exposto, não resta se não a defesa do voto nulo, pois qualquer posicionamento diferente disso, seria a venda de uma idealização, baseada na falsa premissa do combate eterno ao fascismo, numa defesa abstrata da democracia liberal, despolitizando o debate e mantendo o trabalhador em suas amarras ideológicas, cada vez mais longe de sua própria emancipação.

Reafirmando a posição dos comunistas em Caxias

Os partidos de centro e centro esquerda fecharam com Adiló, no segundo turno, estratégia clássica de uma frente ampla conciliadora, sempre na lógica do menos pior, contribuindo até pela perda de influencia e inserção orgânica desses próprios partidos.

Nós, comunistas de Caxias do Sul, não levantamos bandeiras de nenhuma dessas chapas, muito menos faremos algum tipo de campanha. Os dois projetos são antipopulares. Um escancarado (Scalco) e um disfarçado (Adiló). Assim, anulamos qualquer apoio. Assim, não temos perspectiva NENHUMA de apoio a uma chapa, e orientamos o voto nulo.

Há de lutar e resistir neste atual presente e futuro. Comunistas caxienses, não gastem sua energia nem seus esforços para esse segundo turno. Foquem nos trabalhos de base, nos bairros, onde essa gente mal chega, e quando chega, é só em época eleitoral. Há muitas lutas dos caxienses que precisam fugir da lógica eleitoral, precisando ser encampadas.