'A luta LGBTQ+ trará a revolução socialista!' (Rafael Moreira Neves)
A participação ativa das pessoas LGBTQ+ na luta de massas e pela revolução brasileira não pode ser apagada. O papel contínuo das organizações de massa LGBTQ+ é importante em todo o movimento de massa legal e democrático.
Por Rafael Moreira Neves para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.
Em 28 de junho de 1969 ocorreu o Stonewall Riots – uma série de ações em massa lideradas por pessoas LGBTQ+ contra a extrema discriminação e repressão da polícia na cidade de New York, nos Estados Unidos. As pessoas LGBTQ+ defendem o Stonewall Inn, um bar onde os LGBTQ+ eram livres para se expressar, contra uma tentativa da polícia de fazer uma batida e fechá-lo. Os distúrbios duraram uma semana e envolveram quase mil pessoas.
Os motins de Stonewall se tornaram um ponto de referência para as pessoas LGBTQ + avançarem em sua luta em massa por direitos iguais e pelo fim da discriminação.
A exploração e a discriminação enfrentadas por pessoas LGBTQ+ em todo o mundo ainda são severas. Eles sofrem ainda mais com a exploração causada pela cultura que os descreve como “não naturais”, “pecaminosos” ou “rudes e obscenos”.
No Brasil, as pessoas LGBTQ+ estão presentes em todos os setores e classes sociais. Embora não sejam a maioria da população, há um reconhecimento específico das pessoas LGBTQ+ como uma identidade separada de sua classe de origem. Essa identidade é relativamente mais destacada entre os LGBTQ+ que são da pequena burguesia, mas pessoas LGBTQ+ também pode ser encontradas entre trabalhadores, fazendeiros, pobres e outros.
As pessoas LGBTQ+ são exploradas por uma cultura reacionária que promove a ideia de “patriarcado”, e por uma cultura burguesa que enfatiza o individualismo e a decadência. Durante o longo período de exploração, desenvolveu-se uma cultura machista e opressiva que inventou um padrão para o que é um homem ou mulher “real”. A tal respeito, é semelhante à exploração vivida pelas mulheres.
A cultura estrangeira e imperialista separa o LGBTQ+ do povo ao enfatizar superficialmente sua identidade (política de identidade) e enterrar a questão da libertação LGBTQ+ no reformismo. Os grandes capitalistas usam a questão LGBTQ+ para parecerem “progressistas” enquanto continuam explorando sua força de trabalho e negando-lhes seus direitos básicos.
Isso vai contra a longa e rica história LGBTQ+ em nosso país. Mesmo antes da chegada do colonialismo português, a cultura indígena reconhecia o status das pessoas transgênero como um gênero separado e lhes davam alta honra e status na sociedade.
A participação ativa das pessoas LGBTQ+ na luta de massas e pela revolução brasileira não pode ser apagada. O papel contínuo das organizações de massa LGBTQ+ é importante em todo o movimento de massa legal e democrático. Ao mesmo tempo, os revolucionários LGBTQ+ continuam a participar da luta pela revolução socialista brasileira, e muitos dos quadros do Partido Comunista são LGBTQ+.
As pessoas LGBTQ+ não estão isoladas da crise geral da sociedade reacionária. Elas carregam as contradições que os exploram como classe: a falta de terra, a exploração capitalista, negando-lhes direitos básicos e assim por diante.
As pessoas LGBTQ+ não podem alcançar seu desejo de reconhecimento e direitos iguais se não estiver vinculado a uma luta revolucionária mais ampla com uma perspectiva socialista. Se nosso objetivo é alcançar uma mudança social real e duradoura, precisamos de uma sólida unidade de classes e setores, sob a liderança do proletariado. É preciso derrubar os inimigos do povo: o imperialismo norte-americano, as classes dirigentes reacionárias locais e o Estado reacionário que dirige.
As pessoas LGBTQ+ e toda a nação só podem alcançar essa vitória avançando em uma luta revolucionária determinada e exaustiva. Com o fortalecimento do movimento revolucionário e a formação das armas populares – o Partido Comunista e a frente única das classes revolucionárias, isolamos e gradualmente derrotamos o inimigo reacionário e seus amos imperialistas.
Com o sucesso de nossa revolução socialista, alcançaremos a independência nacional da interferência estrangeira e recuperaremos os verdadeiros direitos democráticos do povo – incluindo o direito das pessoas LGBTQ+ de ser reconhecidas como iguais a outros gêneros na sociedade brasileira.
A vitória da revolução socialista abrirá caminho para uma sociedade que respeite os direitos de todos os cidadãos: uma sociedade socialista dirigida pelo proletariado.
Dê as mãos às massas! LGBTQ+, sirva ao povo, junte-se ao Partido Comunista! Avance a revolução socialista para a vitória!