'A importância da memória da luta comunista para a próxima revolução!' (Satierf)

É necessário para que o movimento revolucionário ganhe corpo novamente reivindicar a memória das nossas lutas. Quem sempre se importou com o bem-estar dos oprimidos e com a sua emancipação sempre foram nós, os comunista.

'A importância da memória da luta comunista para a próxima revolução!' (Satierf)
"Seja por museus, revistas, livros, manifestações públicas, formações ou em rodas de conversas; a nossa história precisa ser contada para que a luta continue!"

Por Satierf para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.

Camaradas, hoje venho à Tribuna de Debates expor a tarefa que eu julgo ser a mais importante enquanto militante comunista: preservar e recuperar a memória da nossa luta.

Com a propagação da internet e, por consequência, do discurso neoliberal, a geração que nasceu nos anos 2000, no Brasil, tem uma percepção diferente do que são os “direitos”. Eles nasceram e cresceram em um cenário em que havia crescimento econômico e com direitos trabalhistas e civis minimamente consolidados. Com investimentos comunicacionais massivos da burguesia e com um cenário político-econômico previamente estável, foi fácil convencê-los que a crise que eles estavam a ver pela primeira vez em 2013-2014 “estava sendo gerada pelo alto custo dos direitos” e que “temos que ajudar o patrão que faz empregos a gerar mais”. A geração cresceu com os seus direitos garantidos, não viveu o período em que eles não existiam e acabaram por menosprezá-los. Veja bem, não acho que a atual geração seja culpada pelo desmonte da sua própria qualidade de vida. Creio que o discurso liberal se dispersou na juventude com facilidade porque nós (da esquerda radical) não transmitimos a eles as lutas que passamos para obter os direitos e que é necessário continuar lutando para mantê-los.

Todo e qualquer direito dos oprimidos foi conquistado pelos oprimidos e pode ser retirado pelos opressores. Vemos isso quando pautas tradicionalmente da esquerda são cooptadas pela direita: o feminismo liberal, o movimento negro liberal, o movimento LGBT liberal são frutos da falta de memória de que esses movimentos, originalmente, eram da esquerda radical e visavam a emancipação de toda humanidade. Assim, com o liberalismo cooptando essas pautas, a estrutura que mantém a exploração não é afetada e o que importa é uma pseudo representatividade nessa mesma estrutura. Um exemplo disso é o apagamento da posição política original de Nelson Mandela e dos Panteras Negras. Os liberais estão surpresos ao ver que Mandela apreciava o regime cubano e que os Panteras tinham em Mao Zedong uma grande inspiração. Chegaram a dizer até mesmo que os “capitalistas ingleses libertaram os escravos nas Américas porque eles precisavam de mercado consumidor”. A mesma coisa acaba por se perpetuar nos movimentos feministas e LGBT liberais, em que não há uma luta para destruir a opressão e sim para serem representados por ela. Até mesmo a luta operária é deturpada quando dizem que há possibilidade de negociação direta entre patrão e funcionário; ou então quando os burgueses chamam o “trabalhador” de “colaborador” e o “autônomo” de “empresário”.

É necessário para que o movimento revolucionário ganhe corpo novamente reivindicar a memória das nossas lutas. Quem sempre se importou com o bem-estar dos oprimidos e com a sua emancipação sempre foram nós, os comunistas, e nós batalhamos para que a estrutura de exploração seja destruída totalmente. Seja por museus, revistas, livros, manifestações públicas, formações ou em rodas de conversas; a nossa história precisa ser contada para que a luta continue!

Paz entre Nós, guerra aos senhores!

Um abraço fraterno, venceremos!