'A diferença entre o revolucionário e o confrontador imprudente' (Jozyel)
A construção de um organismo proveniente de cisão anterior, deve se atentar para que velhos hábitos divisionistas não contaminem novos integrantes, em uma analogia tosca, mas verdadeira: não se reconstrói uma casa com cimento retirado das paredes demolidas da casa antiga.
Por Jozyel para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.
A construção de um organismo proveniente de cisão anterior, deve se atentar para que velhos hábitos divisionistas não contaminem novos integrantes, em uma analogia tosca, mas verdadeira: não se reconstrói uma casa com cimento retirado das paredes demolidas da casa antiga.
Nesse sentido é necessário estar atentos cada uma à sua própria atitude, de forma a sempre buscar identificar argumentos e ações que já deveriam ter sido superadas em uma organização comunista em pleno 2023.
No ímpeto de estar sendo exageradamente proativo, motivado pela propaganda neoliberal massiva a qual é submetida à sociedade atual, corre se o risco de cometimento de injustiças graves, quando da acusação infundada ou de ataque injustificado.
É preciso equilibrar ações, argumentação e crítica, a revolução por vezes é lenta e apesar da necessidade de não haver relaxamento e postergação exagerada, o limiar entre o debate frutífero e a confrontação imprudente, intolerante, racista e machista, diferentemente do que dizem alguns, não é pequeno. É sempre possível identificar facilmente a diferença argumentativa quando machistas atacam mulheres de forma ríspida, grosseira, desrespeitosa e intransigente, principalmente quando estas reagem aos ataques, ao passo que, quando argumentam com homens, a mesma "veemência" não é observada.
Fato que evidencia o problema é a negação exagerada, o sentimento de perseguição constante e a reversão acusatória de modo a fazer da pessoa que sofre preconceito passar de vítima a algoz.
Sempre há velhos comunistas a dizer que é preciso esperar, que é preciso analisar, que a revolução demanda tempo, isso é sempre razão de desconforto entre jovens e recém-chegados a organizações comunistas, entretanto a falta de experiência causa distorções na visão a longo prazo, mais uma vez, o coachismo atual, a infusão agressiva de teses imediatistas neoliberais e a impaciência da tiktokerização imposta pelo capitalismo, não podem ser desculpa para o comportamento infantil, agressivo e beligerante dos componentes da organização.
Ainda que haja a negativa por parte dessas pessoas, a realidade material a que todos têm acesso é irrefutável. Antes de se por dispostos ao ataque pessoal e a constante confrontação, é de suma importância que uma autocrítica real, verdadeira e sem tangenciamentos seja apresentada nesses casos. Aos que sempre justificam sua intransigência, preconceito e machismo por meio de trechos isolados de fragmentos de textos marxistas é necessário relembrar que, parte fundamental da luta comunista é a autocrítica sincera. FAÇA USO DELA!!!