Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 206

Estudantes ocuparam o Hamilton Hall após a recusa persistente de Columbia em negar sua cumplicidade no genocídio e a violência contínua contra os estudantes. A escalada está alinhada com os movimentos estudantis históricos de 1968, 1985 e 1996, que a Columbia reprimiu na época, e hoje celebra.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 206
Mobilizações dos estudantes em solidariedade à Palestina continuam pela segunda semana na Universidade de Columbia, Nova Iorque, 27 de abril de 2024. Reprodução: Selçuk Acar / Agência Anadolu

UNIVERSIDADES DOS EUA SEGUEM EM MOBILIZAÇÃO DE SOLIDARIEDADE À PALESTINA

Mobilizações estudantis nas universidades dos Estados Unidos continuam, em solidariedade ao povo palestino, e contra o financiamento e cumplicidade dos EUA à ocupação sionista.

Apesar de o acampamento ter sido desmontado alguns dias atrás, a ocupação de solidariedade a Gaza na Universidade Estadual de Portland (PSU), em Oregon, continua mais forte do que nunca.

Os estudantes ocuparam a biblioteca durante a noite, que agora é conhecida como “Biblioteca Memorial Refaat Al-Areer “. Em um comunicado, os estudantes disseram: “A Biblioteca Memorial Refaat Al-Areer agora pertence ao povo da Palestina. Não sairemos até que as demandas sejam atendidas.”

Hoje, o campus foi fechado. A PSU se junta a um número crescente de acampamentos que ocuparam prédios físicos (incluindo a Universidade de Princeton, Universidade do Novo México, Universidade de Columbia, Reed College, Parsons School of Design).

Em resposta aos crescentes protestos, a reitoria da universidade decidiu suspender temporariamente a aceitação de doações e presentes da Boeing.

Ademais, publicamos declaração dos estudantes da Universidade de Columbia em Nova York após recuperarem o Hind Hall (anteriormente “Hamilton Hall”), nomeado em homenagem à mártir de seis anos, Hind Rajab:

“Os estudantes assumiram o controle do Hamilton Hall após a recusa persistente da Columbia em negar sua cumplicidade e financiamento no genocídio e a violência contínua contra seus estudantes.

A escalada está alinhada com os movimentos estudantis históricos de 1968, 1985 e 1996, que a Columbia reprimiu na época e hoje celebra.

Esta ação forçará a Universidade a enfrentar o sangue que tem nas mãos. Estamos inspirados pelos corajosos estudantes que estão colocando seus corpos e meios de subsistência em risco para protestar contra o genocídio.

Nas últimas duas semanas, Columbia tem negociado de má fé com representantes estudantis. A administração ameaçou-os de suspensão em massa e despejo, até considerou chamar a Guarda Nacional contra seus estudantes.

Essas ações são as mais recentes na cumplicidade de 7 meses da Universidade no contínuo ataque genocida de Israel à Faixa de Gaza.

Um grupo independente de estudantes assumiu as rédeas. Eles permanecerão no Hamilton até que a Universidade se desvincule dos esforços da morte.

Os estudantes estão do lado certo da história.

Sabemos que a universidade os lembrará como ativistas antiapartheid, antigenocídio com clareza moral – o verdadeiro teste é como a Columbia escolhe responder.

Esta ação reflete o apoio esmagador do corpo discente ao desinvestimento da ocupação israelense. Estamos ao lado desses estudantes e elogiamos sua demonstração de solidariedade com o povo da Palestina.

Os estudantes não descansarão até que a Columbia desfinancie.

Palestina Livre.”

DELEGAÇÃO DO HAMAS PARTICIPA DE ENCONTROS POLÍTICOS EM PEQUIM

Uma delegação liderada pelo chefe do Gabinete de Relações Internacionais do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Musa Abu Marzouk, se encontrou com o Vice-Ministro das Relações Exteriores da República Popular da China, Deng Li, na capital chinesa, Pequim.

A delegação do movimento incluiu membros do Gabinete Político, os irmãos Hossam Badran, Fathi Hammad e Bassam Naeem, e o membro do Gabinete de Relações Internacionais, Sharif Abu Shamala.

A delegação do movimento se consultou com Li e a equipe do Ministério para discutir formas políticas de deter o genocídio sionista na Faixa de Gaza, e retomou esforços para alcançar um cessar-fogo, pôr fim à trágica realidade humanitária causada pelo exército de ocupação israelense, e até que ponto a China pode aumentar sua ajuda humanitária à Palestina.

Deng Li expressou a posição chinesa sobre a causa palestina e seus esforços institucionais para cessar as práticas desumanas contra o povo palestino, alcançar um cessar-fogo e apoiar nosso povo em todos os fóruns internacionais.

Para além disso, o Hamas se reuniu também com o Fatah em Pequim hoje. A reunião teve diversas pautas, sendo a primeira delas a afirmação da necessidade de união palestina.

Houve ênfase na inclusão de todas as forças e organizações palestinas na Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e em suas instituições, com base em acordos anteriores. Também foi consenso a necessidade de formar um governo temporário, nacional e não-faccional durante ou após a guerra de genocídio.

Entre as tarefas deste governo estariam realizar suas funções técnicas e administrativas de socorro, pôr fim aos efeitos da agressão e reconstruir Gaza.

Uma das principais tarefas deste governo é unificar as instituições palestinas e preparar eleições gerais. A formação deste governo temporário de consenso nacional remove o pretexto da divisão das mãos de Israel e dos EUA.

Hamas e Fatah confirmam o acordo com partes relevantes em Gaza para formar um comitê bilateral conjunto no Cairo para coordenação e acompanhamento. Concordaram também com a necessidade de reativar comitês conjuntos entre eles e abordar quaisquer problemas que enfrentem e interromper discussões na mídia.

Foi dada prioridade da causa dos prisioneiros e a necessidade de preservar seus direitos e apoiá-los nesta fase difícil em que são submetidos às formas mais graves de abuso.

Esses resultados da reunião entre Hamas e Fatah serão considerados na agenda para o próximo encontro entre eles, em 14 de julho, em Pequim.

CIJ FALHA NO CASO ‘NICARÁGUA X ALEMANHA’ E ESTADO ALEMÃO CONTINUA EXPORTANDO ARMAS PARA A OCUPAÇÃO SIONISTA

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) falhou em impor medidas de segurança em face do Estado alemão no caso apresentado pela Nicarágua, que teve início no começo de abril. O Estado nicaraguense processa a Alemanha por sua cumplicidade em genocídio, devido às exportações de armas para a ocupação sionista.

Vale ressaltar que as exportações de armas da Alemanha para a entidade sionista dispararam em mais de 10 vezes em 2023 em comparação a 2022, enviando mais de US$ 350 milhões em armamentos para as Forças de Defesa de Israel, incluindo projéteis de artilharia e submarinos. Isso representa 30% do total das exportações de armas para a ocupação sionista.

Apesar do resultado de 15 votos a 1 contra as medidas que impediriam a Alemanha de exportar armas para a ocupação, o caso seguirá adiante na Corte.